Os professores da rede estadual paulista têm à mão todo o suporte necessário para transmitir o conhecimento ao aluno e garantir o aprendizado das disciplinas. Mas, se reinventar também ajuda a trazer melhor resultados dentro e fora da sala de aula. Por isso, alguns educadores têm utilizado técnicas conhecidas como “sala de aula invertida” e “dupla produtiva”.
A sala de aula invertida é algo bem simples, basta disponibilizar o conteúdo para que o aluno tenha acesso, antes da aula que será dada em classe. Para que isso aconteça, os professores têm à disposição uma gama variada de recursos tecnológicos a seu favor. Pode ser um PDF em drive, um podcast ou até mesmo aulas em vídeos no Youtube.
O professor Pedro Real Neto, da EE Santos Amaro da Cruz, faz uso do site de vídeos mais famoso do mundo. Lá, ele coloca o conteúdo do que pretende debater em sala e pede para que os alunos estudem. Depois, a aula presencial acontece de maneira mais leve, onde os alunos tiram algumas dúvidas e resolvem exercícios. “E o ganho é enorme. Quando o aluno vem com o conteúdo pré-estudado sobra tempo e a gente explora mais assuntos”, explica o educador.
Um de seus alunos, o Matheus Aurélio Oliveira de Carvalho, não acreditou que o método fosse eficaz, no primeiro contato. Mas, com o tempo, “a gente viu que dava certo a atividade e eu me interessei mais sobre o novo método de estudo”, afirma. A estudante Lais caviquioli, que atualmente estuda na Santos Amaro da Cruz, relata que conheceu o método com um de seus professores da antiga escola. “Eu vim para cá na 1ª série do Ensino Médio e meu antigo professor de Matemática não tinha um canal no Youtube, mas indicava alguns sites para a gente acessar que ajudariam nas lições de casa, para depois ele tirar as nossas dúvidas na sala”, explica a aluna.
A chamada dupla produtiva é também uma técnica muito interessante. Em todas as séries, sempre haverá um aluno com maior facilidade de aprendizado e outro que apresenta uma certa dificuldade com a matéria. É nessa hora que o professor ou a professora precisam ter sensibilidade para promover trabalhos em duplas e não colocar em risco a aprendizagem.
Na escola Dep. Raul Pilla, duas professoras se juntaram para realizar uma atividade que uniu a Língua Inglesa, a Matemática e o Currículo+, plataforma de aprendizagem online da Secretaria da Educação. Logicamente, nem todos os alunos apresentavam a mesma facilidade nas três disciplinas. Foi então que elas decidiram montar as duplas produtivas.
Com uma tabela simples já é possível elencar quem deve se sentar com quem. Fernanda Vitorino, professora de Matemática, evidencia que “às vezes o aluno tem dificuldade na Matemática, mas tem facilidade em trabalhar com aquela tecnologia. Então, na hora que a gente faz essa dupla produtiva eles vão trabalhar juntos, vão discutir, vão trocar ideias sobre isso. E, nessa união, por ele se sentir no mesmo nível que o outro, ele acaba se destacando e se revelando, e indo muito melhor do que iria na sala de aula com giz e caderno”, esclarece.
Estas são ferramentas que colocam os alunos em uma posição de protagonistas do seu processo de aprendizagem, ampliando e estimulando o trabalho em equipe e a construção do conhecimento colaborativo.