Os alunos com deficiência visual da E.E. Afonso Cáfaro, em Fernandópolis, conheceram a cidade de uma forma diferente. O primeiro contato com os prédios, veio no papel.
O professor de Geografia e História Admilson Daniel Luz levou para a sala de recursos mapas com a localização dos principais pontos turísticos. Feitos com técnicas da cartografia tátil, os mapas possuem relevos que permitem a leitura dos alunos cegos ou com baixa-visão.
A cada toque, as mãos dos estudantes identificavam praças, rios e áreas de proteção ambiental na região. Depois de especular com os dedos, os espaços foram visitados por meio da internet. Com o auxílio de aplicativos, o educador direcionou pesquisas sobre a história da cidade e traçou junto com os alunos um roteiro para a visitação.
Antes de ganhar as ruas, Admilson treinou alunos do Ensino Médio para descrever os ambientes à turma da sala de recursos. Divididos em duplas, os estudantes conheceram o Teatro Municipal de Fernandópolis, Casa da Cultura, estação ferroviária, bairros centrais, periféricos e até uma estação de tratamento de resíduos industriais.
“O objetivo do projeto foi tornar o conteúdo vivo e acessível aos alunos com deficiência visual para que conhecessem a riqueza cultural e histórica da cidade. Por meio da descrição e do tato, eles conheceram a arquitetura dos prédios e diferenças demográficas”, diz Admilson.
Sala de recursos
Em todo o Estado de São Paulo, as escolas da rede estadual oferecem salas de recursos. Nessas classes, são assistidos alunos com deficiência múltipla, cegueira, baixa visão, surdez severa ou profunda, surdez leve ou moderada, surdocegueira, paralisia cerebral, transtorno desintegrativo da infância, e as síndromes de Down, Asperger e Rett.