Um olhar de fora da rotina pode promover mudanças importantes no dia-a-dia de uma escola. A boa notícia: já é possível observar essas transformações em unidades da Secretaria da Educação de São Paulo, onde a participação dos pais, responsáveis e alunos cresce a cada ano e é peça fundamental da gestão. Além de acompanhar lições e provas em casa, o grupo também se divide entre os papéis de representantes de turma ou assembleias e até ‘consultores informais’.
É exatamente o que acontece na E. E. Brasílio Machado, na Vila Madalena, desde 2015, quando o programa de ensino integral foi implantado. Por lá, dois pais, por classe, são escolhidos representantes. A votação é feita por seus pares. A eles é atribuída a tarefa de sugerir melhorias e desenvolver parcerias e novos projetos. Como foi a criação da ação ‘Cabelo de Lelê’ que discutiu temas como a diversidade, racismo e bullying.
Em outra escola da capital, a E. E. Professor Ayres de Moura, na Vila Jaguara, a reunião de professores deixou a formalidade de lado e passou a convocar os pais para se envolver com a escola. O resultado foi imediato. A partir da mudança, o grupo ficou mais presente (participa de atividades com os filhos em datas comemorativas, por exemplo) e também são ouvidos para compartilhar feedbacks e opiniões. Para o diretor da escola, Daniel Quaresma, “o envolvimento com a escola cresceu tanto que a unidade passou a ser um local de mobilização pró comunidade”.
Um outro exemplo vem de Ribeirão Preto. Na E. E. Jorge Rodini Luiz, pais e também alunos participam das assembleias. Dos encontros surgiram propostas para o intervalo. A partir de agora, os alunos são orientados a fazer a fila sentada, podem levar brinquedos e o sinal de início e fim do período foi substituído por música. Para a diretora da unidade Vera Lavagnini “o projeto ainda incentiva que os alunos desenvolvam o senso de cidadão crítico”.