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terça-feira, 10/06/2008
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Filhos de dekasseguis terão “tradutores” e projeto específico nas escolas estaduais

Secretaria de Estado da Educação inicia nesta quarta-feira, 11 de junho, projeto inédito no Brasil A Secretaria de Estado da Educação inicia nesta quarta-feira, 11 de junho, projeto inédito no […]

Secretaria de Estado da Educação inicia nesta quarta-feira, 11 de junho, projeto inédito no Brasil

A Secretaria de Estado da Educação inicia nesta quarta-feira, 11 de junho, projeto inédito no Brasil para cuidados com pequenos imigrantes. Em parceria com o Instituto de Solidariedade Educacional (Isec), a pasta irá identificar e atuar na adaptação de filhos de dekasseguis, denominação de brasileiros que vão ao Japão para trabalho e mudança de vida.

Cerca de 40 mil brasileiros moram no Japão, segundo estimativa da Secretaria. Destes, cerca de 7 mil retornam anualmente para o Brasil, sendo 5 mil para o Estado de São Paulo, com família constituída, incluindo filhos nascidos no Japão. A idéia da Secretaria é facilitar a adaptação destes pequenos japoneses, que anualmente entram na rede estadual de Educação.

“As crianças muitas vezes não dominam a língua portuguesa e não conhecem a cultura brasileira. A partir de agora iremos identificar estes alunos e atuar na adaptação deles. Temos a estrutura e iremos contar com profissionais específicos para este trabalho”, afirma a secretária de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.

O projeto será tanto para alunos japoneses quanto para brasileiros que passaram algum tempo no Japão. A Secretaria determinará um profissional de cada Diretoria de Ensino (são 91 no total, por todo o Estado) para identificar crianças e adolescentes nestas situações. Depois de identifica-los, a Secretaria capacitará os professores destes alunos, para que fiquem atentos a questões culturais e de idioma. Os profissionais dos 78 Centros de Estudos de Línguas (CELs), que ensinam japonês (entre outros idiomas, como alemão e italiano), irão tratar de tradução das aulas e dúvidas dos estudantes.

“Queremos também fazer um intercâmbio para os professores. Os brasileiros irão ao Japão e os japoneses virão a São Paulo. Um grupo de trabalho irá fechar um cronograma de implantação de todo o projeto”, diz a secretária Maria Helena.

O Isec será responsável pelo atendimento aos familiares, além de providenciar materiais necessários para os alunos e elaborar eventos de congregação das famílias e estudantes. A parceria entre Secretaria e Isec será de 2 anos, prorrogável por mais 2 anos. A estimativa de gasto é de cerca de R$ 150 mil por ano, com transporte, estadia, alimentação, produção de materiais específicos e equipamentos, por exemplo.

Inclusão na Rede Estadual

Um parecer do Conselho de Educação dispõe que, mesmo sem visto ou histórico escolar, o aluno estrangeiro tem o direito e deve ser matriculado na rede estadual. Movimentos de imigrantes encontram hoje acesso à rede pública mesmo sem a documentação regularizada. “É um dado importante, pois temos de dar educação a estes pequenos imigrantes”, relata a secretária Maria Helena.