A 5ª edição do concurso Vozes pela Igualdade de Gênero levou os dez finalistas para apresentarem suas músicas em evento no Theatro Municipal de São Paulo, nesta segunda-feira (6). Na ocasião, foi anunciado o vencedor do concurso, André Lemos, ex-aluno da EE Professora Cecília Rolemberg Porto Guelli, de Jundiaí, com a canção 1937- 2022.
A letra alerta para a vulnerabilidade das crianças que estão nas ruas tentando a sobrevivência, citando Capitães da Areia, de Jorge Amado, e Pedro Bala, personagem da obra. “1937 é o ano da primeira publicação e as crianças continuam passando por dificuldades nas ruas, mesmo durante a pandemia, na verdade, hoje têm mais crianças em situação vulnerável”, explica André, que compôs a música como um trap, estilo musical derivado do rap.
“Até agora não estou acreditando que cheguei na final, me apresentei aqui no Theatro no Municipal na minha primeira apresentação para um público grande e ainda ganhei o concurso. Fui ouvindo os outros se apresentarem e fiquei de boca aberta, vi que todos eram muito bons”, declara André que se formou no ensino médio em 2022 e quer continuar sua carreira como músico.
Neste ano, a surpresa foi para todos os finalistas: os dez grupos ganharam a gravação no estúdio Midas e vão compor um álbum com as canções da 5ª edição do concurso.
Sobre o concurso Vozes pela Igualdade de Gênero
A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), que estimula os alunos da rede pública de ensino a compor músicas abordando a temática proposta. Neste ano, o tema da competição é “Nossa Voz Também é Nossa Vacina!”, que recebeu mais de 150 canções em todo o estado.
Como parte do projeto, desde a primeira edição, o concurso promove nas escolas a reflexão sobre questões relativas aos direitos humanos. Para tanto, promotores e convidados do MPSP realizam palestras e rodas de conversas com os estudantes.
As músicas foram compostas pelos estudantes de forma coletiva ou individual, sempre sob a orientação de um professor, que propõe as discussões sobre o tema. Entre as regras de participação, quando há mais de um integrante, é obrigatória a participação no grupo de pelo menos um estudante de gênero feminino e um quilombola, preto/a ou pardo/a, indígena, pessoa com deficiência ou imigrante.
A votação, encerrada dia 31 de janeiro, aconteceu pela Secretaria Escolar Digital (SED) para a comunidade escolar da Seduc-SP e para público externo pelo site do MPSP. Os critérios de avaliação nas fases das escolas, diretorias de ensino, Seduc-SP e MPSP levaram em consideração a forma de apresentação, a expressividade, o discurso, a fluência e a originalidade.