Criar um projeto sustentável, mudar os costumes da escola e ainda viajar para os Emirados Árabes por conta da iniciativa é muito bom! Pelo menos, essa é a sensação que os alunos da E.E. Professor Dimas Mozart e Silva transmitem. A unidade escolar fica na cidade de Taquarituba e é um exemplo para o mundo inteiro, por meio do Prêmio Zayed.
Em janeiro, os alunos Rafael Ferreira de Oliveira, Luiz Fernando Gonçalves de Sousa e a professora Viviane Ramos embarcaram para os Emirados Árabes Unidos para defender um projeto relacionado a energias renováveis e sustentabilidade implantado na escola. Eles ficaram entre os melhores na categoria “escolas secundárias das Américas” do Prêmio Zayed de Energia do Futuro, promovido pela Embaixada dos Emirados Árabes Unidos desde 2009.
Os estudantes do interior paulista não trouxeram o grande prêmio destinado ao projeto destaque, entre todos os participantes do mundo. Este ano, o vencedor na categoria foi o Centro Educativo Mbaracayú, do Paraguai, que garantiu o apoio financeiro de até US$ 100 mil, para utilizar na implantação do projeto local.
Mas, após voltarem ao Brasil os três perceberam que, embora não tenham trazido um apoio financeiro, a conquista foi muito grande. “Em primeiro lugar, ser finalistas por duas vezes no Prêmio Zayed [edições 2016/2017 e 2017/2018] é motivador, pois nos mostra que podemos fazer a diferença, principalmente por estar entre os 16 melhores projetos do mundo”, enumera Viviane, professora de Ciências e Biologia. Ela completa que “por representarem a escola, os alunos se sentem até mais importantes e capazes, o que os tornam jovens protagonistas”, finaliza.
Mesmo não trazendo o prêmio para a escola, os alunos estão cada vez mais empenhados em participar de projetos, principalmente voltados para a sustentabilidade. Segundo Maria Jose de Oliveira, coordenadora pedagógica da Dimas Mozart e Silva, “trata-se de uma grande oportunidade aos alunos, podendo assim ampliar a visão de mundo, vivenciar outras realidades, conviver com diferenças, bem como trazer um diferencial para o currículo escolar dos participantes. Esse trabalho oferece subsídios para que os alunos possam construir novos significados, relacionados a cooperação, cidadania, trabalho em equipe”, afirma a coordenadora.
Os alunos estão de acordo com a coordenadora. Para Rafael Ferreira de Oliveira foi algo único e enriquecedor. “A viagem nos proporcionou experiências que levaremos para o resto da vida. Depois que voltamos, conseguimos implantar algumas ideias com conhecimentos que aprendemos lá. E essa participação no prêmio renova demais as nossas energias para continuarmos fazendo as práticas das ações sustentáveis. Essas práticas ajudam a formar, também, cidadãos melhores”, comenta o jovem.
Seu colega, Luiz Fernando Gonçalves de Sousa enfatiza que “representar a escola fora do país foi algo muito gratificante e inesquecível. Mesmo não conquistando o prêmio, vemos que o tema sustentabilidade é muito importante para a nossa unidade”, diz o aluno.
A professora Viviane Ramos faz questão de ressaltar que seus educandos levam isso tudo além dos muros da escola. “Depois da viagem os alunos da unidade estão mais motivados. Antes a gente trabalhava com 15 alunos nos nossos projetos, agora estamos com 35 alunos na equipe SustentAção”, conta. Ela acrescenta que “todos somos capazes de fazer tudo. Só devemos acreditar. Meus alunos e eu somos exemplos de que as coisas são possíveis”, conclui.
Nesta edição, foram mais de 40 projetos da rede estadual inscritos no Prêmio Zayed, de escolas das regiões de São Carlos, Votuporanga, Fernandópolis, Limeira, entre outras.
Minha Escola Sustentável
Para participar desta edição do Prêmio Zayed, a escola apresentou o Projeto Minha Escola Sustentável que tinha como objetivo: Reduzir o desperdício; Formar cidadãos conscientes de seu papel e impacto na escola, na comunidade e no planeta; Tornar a escola um espaço que possibilite a construção do conhecimento, pensamento e ações sustentáveis; Estimular o envolvimento da comunidade, pais e familiares no projeto; Melhorar a eficiência energética, trazendo redução significativa no consumo; Otimizar o uso consciente da água; Fazer medições e comparações, quanto aos gastos energéticos e hídricos antes e após a implantação do projeto.
As ações que seriam implantadas, caso recebessem o prêmio seriam: Placas solares, inversor e sistema de compensação; Cisterna com bomba de energia solar; Composteiras; Horta orgânica e irrigação por gotejamento com água da chuva; Revitalização dos jardins; Criação da sala SUSTENT-AÇÃO de Oficinas Sustentáveis; Compra de balcões térmicos; Substituição das lâmpadas incandescentes por LED; Sensores de iluminação nos corredores; Iluminação com postes solares; Troca das torneiras, descargas e instalação de secadores de mãos nos banheiros; Extensão do projeto para a comunidade, principalmente envolvendo o Lar São Vicente de Paulo que fica próximo à escola.