“A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. A frase de Paulo Freire escrita no quadro da EE Antonio Emílio Souza Pena, na Freguesia do Ó, ilustra bem o quanto é importante ler. Tanto é que o secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, e o governador Geraldo Alckmin fizeram questão de conhecer de perto como anda o projeto “Hora da Leitura”, lançado em março. “Com a leitura, aprendemos muito. E enriquecemos nosso vocabulário incorporando uma nova linguagem à nossa vida”, disse Chalita. Já o governador recomendou aos jovens que aproveitassem ao máximo o espaço destinado aos livros. “Não tive essa oportunidade no meu tempo de escola. Se eu tivesse isso naquela época, teria lido muito mais.” Mesmo assim, Alckmin revelou um de seus autores preferidos. “Sou apaixonado por Monteiro Lobato. Ele nasceu em Taubaté, cidade que fica ao lado da minha, Pindamonhangaba.”
CONTANDO HISTÓRIAS
Muito à vontade em meio aos alunos, o governador e o secretário contaram histórias e responderam perguntas dos jovens. Alckmin divertiu a todos ao narrar o conto “O Colocador de Pronomes”, de Monteiro Lobato. Juliana Maia, de 14 anos, aluna da oitava série, se surpreendeu com as histórias que ouviu. “Não conhecia esse lado do governador, de alguém que gosta de Monteiro Lobato, meu autor preferido”, disse a menina, que está entre os 420 alunos de 5ª a 8ª série atendidos pelo projeto na EE Antônio Emílio Souza Pena.
COMO FUNCIONA O PROJETO
O espaço para leitura é de 50 minutos por semana. Envolve cerca de dois milhões de estudantes e 9 mil e 200 professores. Até o fim do ano, quase R$ 30 milhões de reais serão investidos no “Hora da Leitura”, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura. Para mostrar aos estudantes o quanto este investimento é importante, Gabriel Chalita citou o poeta Mário Quintana. “Os grandes poetas não lêem os grandes poetas. Os grandes poetas lêem pequenos anúncios de jornal.” E em seguida, explicou. “O grande poeta é aquele que consegue ver poesia em todas as coisas. Até em pequenos anúncios de jornal”. Sorte de quem gosta e reserva parte do tempo – dentro ou fora da escola – para viajar pela leitura.
Celso Bandarra
