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terça-feira, 06/06/2017
Boas Práticas

Grafite toma conta das paredes de escola estadual de Guarulhos

Ação é fruto de parceria com um coletivo de artistas que fortalece o Hip-Hop na comunidade escolar

Os alunos são os mesmos, os professores são os mesmos, a direção e os funcionários são os mesmos, mas as salas de aula da Escola Estadual Professora Benedita de Oliveira, em Guarulhos, nunca mais serão as mesmas. Isso porque, após uma parceria entre a coordenação da escola e artistas, todas as salas da unidade ganharam grafites que as coloriram. Foram 10 artistas, cada um deles responsável por uma sala de aula, que, em um único fim de semana, pintaram obras autorais e colaboraram para que o tema hip-hop, previsto no Currículo, fosse vivenciado pelos estudantes. Agora, o próximo passo deve ser levar a arte para os muros de fora e de dentro da escola.

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Tudo foi feito sem que os alunos desconfiassem. Numa sexta-feira as crianças e adolescentes foram embora após o período escolar e quando voltaram, na segunda-feira, a surpresa tomou conta do ambiente. A repaginada faz parte do projeto “Back to school” (De volta à escola), em que grafiteiros retornam às salas com o objetivo de colorir e disseminar a arte entre crianças e jovens. O que se vê é uma verdadeira galeria. O aluno Eduardo Amorim de Araújo relata como se sentiu no momento em que entrou na sala, após a conclusão do trabalho. “No dia que a gente chegou foi inesperado, porque a gente pensou que iria ser só mais um dia [de aula]. Aí nós entramos e tinha essa obra de arte na parede, e ficamos tirando várias fotos”, relembra.

A parceria é ideia do coordenador pedagógico da escola Fábio Porto com o artista Celio, após eles realizarem uma pintura no muro da casa do coordenador. Juntos eles convidaram outros nove artistas, que toparam participar da ação sem cobrar nada, a saber: Débora Seiva, Roberto Bieto, Felipe Borges, Marcio Ficko, Katia Suzue, Inea André Coletto, Hélio Marques, Albert Lazarini e João Henrique Valério.

Celio explica que os dez fazem parte de um coletivo com cerca de 30 artistas. “Nos reunimos de segunda-feira, no atelier do Walter Nomura, um dos primeiros grafiteiros, da primeira geração do grafite de São Paulo. Ali a gente discute arte contemporânea”, esclarece. Ele também fala sobre a importância de difundir a arte de rua, pois segundo Celio “existe ética no meio do hip-hop, existe princípio, existem valores. E esse projeto é uma forma de mostrar que o Hip-Hop ainda é visto como algo marginalizado da periferia. Sim, nasceu na periferia, mas está ganhando seus espaços no centro, em lugares culturais”, completa.

Sobre a importância dessa ação na escola, a diretora da unidade, Fernanda Portugal Canossa, esclarece que o projeto do grafite, o hip-hop e o contexto da arte de rua, já é trabalhado com os estudantes durante um bimestre. “Esse ano, a gente quer juntar com esse grafite feito. E, nessa eu acho que pode sair alguma coisa bacana e diferente, explica.

Fernanda conta que após o trabalho desenvolvido com os alunos a partir dos grafites, como a importância de não pixar as paredes, talentos foram descobertos. Um aluno, que desenha diversas rosas nas folhas do próprio caderno e as entrega para pessoas que tem maior convívio foi escolhido para desenhar sua arte no banheiro feminino. Esse novo projeto com grafites de rosas ainda não tem data para acontecer, mas a cada dia fica mais próximo de ser concretizado.