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quinta-feira, 15/09/2005
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Gravidez na adolescência é tema de oficinas do programa Escola da Família

Objetivo é explicar aos jovens o que significa ter um filho durante a adolescência Contribuir para a diminuição dos índices de gravidez não planejada entre adolescentes nos 14 municípios do […]

Objetivo é explicar aos jovens o que significa ter um filho durante a adolescência

Contribuir para a diminuição dos índices de gravidez não planejada entre adolescentes nos 14 municípios do Vale de Ribeira, que hoje variam entre 20% e 30%, segundo dados recentes do Ministério da Saúde. É com este enfoque que os professores da rede estadual de ensino e voluntários universitários desenvolvem, desde agosto do ano passado, o projeto Vale Sonhar , parceria entre o Instituto Kaplan, Fundo Social de Solidariedade de São Paulo e Secretaria de Estado da Educação.

No Vale do Ribeira, 21,47% da população de 230 mil habitantes são jovens. O índice de gravidez entre esses 49 mil jovens é de 26,92%, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Os números frios das estatísticas, porém, trazem uma triste constatação: muitas adolescentes acabam engravidando mesmo sabendo da existência dos métodos anticoncepcionais. Diante disso, surge uma indagação preocupante: onde estaria o problema? Seria na falta de objetivos dos jovens?

 

 

 

EM SÃO PAULO, NÚMEROS VÊM CAINDO

Aos poucos a situação vem mudando. Números da Secretaria de Estado da Saúde revelam que, ano passado, 106.737 adolescentes menores de 20 anos engravidaram, o que representa uma redução de 28 % em relação a 1998, quando o número de casos de gravidez na adolescência chegou a 148.019 registros.

SONHOS QUE ESTIMULAM OBJETIVOS

No projeto Vale Sonhar , desenvolvido dentro do Programa Escola da Família , os 90 professores e educadores universitários têm a missão de realizar oficinas de prevenção de gravidez para os 12 mil alunos das 27 escolas participantes do projeto nas diretorias de ensino de Registro, Miracatu e Apiaí. Três oficinas já foram realizadas para discutir os temas “Despertar para o sonho”, “Nem toda relação sexual engravida” e “Engravidar é uma escola”.

 

 

 

 

 

ESPALHANDO BONS CONCEITOS

Outro objetivo é criar uma rede comunitária – formada por 48 pessoas entre pais, alunos e professores – que repasse na comunidade escolar o conceito de que a adolescência não é um período adequado para se ter um filho.

Assunto é o que não falta: sexualidade, reprodução humana, métodos contraceptivos, pílula do dia seguinte, uso correto do preservativo, informações sobre os recursos de sua comunidade, como e onde procurar ajuda quando precisar e telefones úteis, além de um teste para o jovem descobrir se está motivado e se cuidando adequadamente para não ter um filho agora.

A divulgação destes conceitos é feita por meio de ações como feiras educativas, palestras e distribuição de material, dentro do Programa Escola da Família , iniciativa do Governo do Estado que abre as unidades escolares nos finais de semana para atividades de esporte, cultura e lazer.

A assistente técnico-pedagógica do Programa Escola da Família da diretoria de ensino de Registro, Marly do Prado Verde, revela que o interesse de todos os envolvidos no projeto é muito grande, uma vez que as discussões vão além de como usar a camisinha. “O projeto desperta o sonho do adolescente. Vemos jovens chorando porque entram em contato com o sonho deles, e que podem ter relações sexuais com precaução.”

Os resultados desse trabalho, conta Marly, ainda não podem ser medidos em números. No entanto, ela acredita que só o fato do assunto ser discutido sem barreiras dentro do ambiente escolar já significa uma ajuda e tanto. “Trata-se de uma questão cultural. Um trabalho feito passo a passo. Algo que, com certeza, já está mudando a visão que o jovem tem da relação sexual com responsabilidade.”

PREVENÇÃO TAMBÉM SE ENSINA , OUTRO PROJETO DA SECRETARIA

Criado há 9 anos em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, o Programa tem por objetivo preparar educadores das escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio da rede pública estadual, para trabalhar a prevenção ao abuso de drogas e às DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS junto à comunidade escolar.

De acordo com o programa, a prevenção deve ser trabalhada sob o enfoque de outros temas como saúde, sexualidade e ética. A idéia é que todos os professores atuem como “agentes de prevenção”, abrindo espaços de discussão com os alunos, ampliando informações, trabalhando a auto-estima, e ensinando-os a tomar decisões para ter uma vida saudável.

Para o enriquecimento das atividades dos educadores, junto aos alunos, são enviados materiais didáticos específicos que incluem publicações e vídeos sobre os temas para as escolas e oficinas pedagógicas.

Há uma coordenação local em cada uma das 89 Diretorias de Ensino, responsáveis pelo acompanhamento e ampliação do projeto na região, bem como a realização de orientações técnicas para a capacitação de educadores, na perspectiva da educação continuada. As diretorias de ensino promovem encontros e seminários regionais para a troca de experiências entre as escolas e apresentação dos trabalhos produzidos pelos alunos.

Atualmente o Programa abrange 5.500 escolas de Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, beneficiando cerca de 6 milhões de estudantes.

Celso Bandarra