Na Escola Estadual Professor Pedro Fonseca, no Jardim Monte Kemel, bairro de São Paulo, os alunos são parte integrante da administração. Mas essa participação nas decisões da diretoria nem de longe descamba para a desorganização. Pelo contrário. A escola se desenvolve cada vez mais nesse modelo, baseado em uma atuação forte do grêmio estudantil.
A instituição atende cerca de 800 alunos do Ensino Fundamental (Ciclo II) e Ensino Médio. Cada série escolhe dois representantes para o grêmio, que participam mensalmente de reuniões ordinárias com os diretores, nas quais são colocados os problemas, necessidades e sugestões das classes.
Muitas opiniões são acolhidas, tornando as decisões mais dinâmicas, democráticas e fazendo com que os alunos se sintam parte integrante da escola. “A idéia é que os alunos participem das ações da escola e se envolvam com a gestão”, disse o diretor da instituição, professor Valdomiro José de Aquino.
O grêmio passou por uma reestruturação em setembro de 2003. Desde então, a relação entre professores e estudantes foi aprimorada. “Sentamos juntos, ouvimos as ponderações e decidimos se há possibilidade de implementar cada idéia”, ressaltou o professor Valdomiro.
Para ele, este método facilita a atuação dos dirigentes. “É como se o diretor estivesse ao mesmo tempo em todos os períodos e salas. Isso dá mais segurança no momento de se tomar uma decisão”, destacou.
Uma das mais recentes inovações feitas em conjunto foi o programa de monitoramento das salas de informática. Os próprios alunos realizam o trabalho, ajudando seus colegas de outros períodos a manejarem o computador.
Trata-se de outro fator que vem fortalecendo ainda mais o vínculo dos estudantes com a escola. Sem deixar de lado o caráter pedagógico. “Como dizia o educador Paulo Freire, quem ensina de repente aprende”, completou o professor Valdomiro.
EUGENIO GOUSSINSKY