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terça-feira, 21/11/2017
A Escola Que Queremos

Gremistas combatem abandono escolar e mãe é incentivada a voltar à sala de aula

Ao ser alertada sobre a importância dos estudos, mãe de Eliseu se matriculou na EJA e deu forças para filho voltar ao Ensino Médio

A evasão escolar é um problema sério e afeta não só a rede pública paulista, mas todas as redes de ensino pelo Brasil. De acordo com o relatório “Cenário da exclusão escolar no Brasil”, divulgado pela UNICEF – Fundo das Nações Unidas pela Infância e Adolescência, existem no país cerca de 2,8 milhões de crianças e adolescentes fora da escola. Mas, na capital paulista, o Grêmio Fênix, da E.E. Professor José Sanches Josende, tem se destacado na luta diária para que esse número pare de crescer.

 

“Eu parei de estudar porque estava com um problema no joelho. Aí ligaram em casa e conversaram com meus pais. Minha mãe gostou tanto da ideia que voltou a estudar também. Direto ela chega lá em casa mostrando a lição que fez e pedindo para eu ajudar. Às vezes eu nem lembro da lição, aí começo a relembrar por ajudá-la. Está bem legal lá em casa”, relata o aluno Eliseu Fernandes Ferreira, um dos muitos que foram salvos pelo projeto Mobilização Social Pela Educação e Cultura de Paz.

 

“O projeto surgiu porque estava tendo muita evasão. Nós verificamos e havia o risco de fechar salas, então resolvemos travar uma batalha”, conta o presidente do Grêmio Fênix, Gustavo Costa dos Santos Souza. Segundo ele, “esses alunos que retornam são os que estão se destacando dentro da sala de aula”, completa.

“Um Grêmio Estudantil atuante é importante na gestão de qualquer escola, pois a gestão se torna compartilhada, democrática”, explica a diretora Maria Antonia do Prado. Segundo ela, especificamente sobre o combate à evasão escolar, esse trabalho é incessante, “no primeiro semestre já foram 71 alunos que retornaram à escola depois da busca ativa”.

Mas, o trabalho não acaba quando o estudante retorna à escola. Depois tem um acolhimento necessário para que ele se sinta parte daquele ambiente, além de compensar sua ausência. Com a pedagogia inclusiva, todos (alunos e funcionários) dão oportunidades para que os recém-chegados desenvolvam as suas diferentes competências e habilidades, como pintura, desenho, dança, além de atividades com Língua Portuguesa e Matemática.

Maria Antonia do Prado deixa um último recado aos seus alunos vencedores, e destaca que eles devem continuar destacando a ‘ideia de sucesso’. Para a diretora da escola, “falar de sucesso é uma ideia animadora, mobilizadora. Quem quer mobilizar não vai ficar falando de fracasso, pois desanima”, completa.