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quinta-feira, 14/06/2018
Foto divulgação
Boas Práticas

Guarulhos é sede da “Copa do Mundo Benê”

O torneio é multidisciplinar e os estudantes se preparam desde o início do segundo bimestre

A Copa do Mundo começou! Teve cerimônia de abertura, bandeiras, várias nações representadas, cantos de torcida e muito futebol. Mas, não estamos falando do evento esportivo que acontece na Rússia, e sim da “Copa do Mundo Benê”, na EE Professora Benedita de Oliveira Ale, no Jardim Cocaia, em Guarulhos.

O projeto está dentro da grade de Educação Física. Em todo ano de Copa, a escola sempre é envolvida em algum projeto desse tipo para que as questões culturais não passem batidas. A ideia foi da professora Izildinha Barbosa Leite Dalanora, com o apoio do professor Eder Araújo Miranda, ambos de Educação Física. “É um trabalho multidisciplinar, que envolve Geografia, História, Arte, Língua Portuguesa, enfim, todas as matérias. Mas, foi a Izildinha quem plantou a sementinha e os professores abraçaram”, conta Maria Geane Silva Dionísio, professora coordenadora da unidade.

Na escola, são 20 classes, sendo 10 por período. Não seria viável homenagear a todos os países classificados para a disputa do mundial. Com isso, foram escolhidas 10 seleções, e cada uma delas foi representada por uma classe de cada período. Todas as turmas trabalharam em conjunto com um professor orientador. Mas, todos os educadores trabalharam o tema com todas as salas. Ao orientador, ficou a questão da transmissão do conhecimento sobre a cultura do país escolhido, a gastronomia, as manifestações artísticas, danças e roupas típicas. E, dentro de sua disciplina, o processo de aprendizagem era trabalhado com todos.

O projeto já vem desde o começo do segundo bimestre. A professora de Arte, Maria Laura Viana Máximo Fidêncio, ficou como coordenadora do grupo que representou a Espanha. Com essas função, pediu que os estudantes pesquisassem a origem do país, a localização, comidas, trajes e festas típicas. “Eu reunia eles em grupo, e cada grupo trouxe um tema, tipo culinária ou artista, e a gente discutia dois assuntos por aula. Eles gostaram bastante, pois a culinária é totalmente diferente da brasileira. Nenhum deles comeu, até hoje, um prato típico da espanha, por exemplo”, esclarece a educadora.

Em relação ao progresso do trabalho de uma forma geral, Maria Laura conta que foi “orientando na decoração das salas, do corredor e na confecção dos painéis que serviram para a abertura da Copa Benê”, acrescenta. Todos os alunos colaboraram na construção dos dois painéis, um com tema futebol e outro, maior, com a frase “Todos juntos sempre, pra frente Brasil – Copa do Mundo Benê”.

“Eu acho que o principal é o protagonismo do aluno. Acaba não sendo um aluno que aguarda as informações, mas aquele que desenvolve o projeto. Por exemplo, teve apresentação de dança. Para cada jogo uma apresentação de líderes de torcida, e eles tiveram que confeccionar as roupas. Então, só aí já tem o jogo e a dança”, explica Maria Geane.

É um trabalho grande de pesquisa. Alguns alunos não têm acesso à viagens, ou não conhecem nenhuma pessoa desses países. Assim, a pesquisa favorece o conhecimento deles. “Para cada país eu coloquei um artista. No México, Frida Kahlo, na Espanha, Pablo Picasso e na Argentina, Carlos Gardel, por exemplo”, esclarece Maria Laura. A professora acrescenta que “os estudantes até conhececm o jogador de futebol, mas nem sempre a cultura. Assim, tudo isso passa a fazer parte do conhecimento deles, o que pode até criar a curiosidade para que eles visitem esses países”, completa.

Para Gabriel dos Santos Bedê, de 13 anos, “participar do projeto foi bem legal, pois teve jogos, apresentações das líderes de torcida, desfile e a abertura da Copa Benê. Foi tudo legal! A professora Simone, de Arte, foi a nossa orientadora. Eu achei bem legal, pois ela explicou direitinho como a gente tinha que fazer as atividades”, explana o aluno.

Gabriel e sua turma ficaram com a Belgica. Logo no primeiro jogo o garoto já diz que a sorte não está muito do lado de seus pares. “A gente perdeu o primeiro jogo de 8 a 0. Então, acho que a gente já foi desclassificada… mas, faz parte”, conta meio sem jeito. “Então, agora eu estou torcendo para o Brasil, que é representado por uma classe do nono ano”, finaliza o garoto, mas não antes de emendar que na Rússia a seleção canarinho também será a vencedora, após ganhar o jogo da final por 3×1 dos donos da casa.

E o clima na escola Benê, como é carinhosamente chamada a unidade, é o mais esportivo possível, aquele de que “quem perdeu escolhe logo outro time para torcer”, e sem mágoas. Um exemplo dessa linha de pensamento é a pequena Giulia de Oliveira Rodrigues, 12, que viu seu time vencer duas partidas e perder duas, alternadamente. “Não tenho certeza de que a gente vá para a final, mas acho que sim. Eu gostei muito das atividades, pois é diferenciada. Muitas escolas não utilizam essa prática. E, na parte do jogo, é só por diversão. Então, todo mundo fica feliz. Tem uns que ficam chateados porque perdeu, mas depois recupera a alegria”, esclarece a aluna e jogadora de Dodgeball, ou, simplesmente, Queimada para os brasileiros.

A Copa do Mundo Benê será encerrada em 18 de junho, com as finais do campeonato. No mesmo dia, os alunos vitoriosos receberão as medalhas de ouro, prata e bronze. “Todos se comprometeram, todos participaram. Esse comprometimento traz conhecimento, valorização, socialização e o protagonismo juvenil, que é muito importante. Aqui na escola, eu acho que são todos alunos muito comprometidos. Todos querem ajudar, participar, e é isso que forma uma escola mais forte e solidária”, conclui a professora Maria Laura.