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terça-feira, 01/06/2004
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Guilherme Arantes apóia projetos de preservação do Planeta Água

O cantor, ex-aluno da rede estadual, acredita que iniciativas de preservação da natureza são importantes para a formação dos jovens Muitos fãs do cantor Guilherme Arantes consideram a música “Planeta […]

O cantor, ex-aluno da rede estadual, acredita que iniciativas de preservação da natureza são importantes para a formação dos jovens

Muitos fãs do cantor Guilherme Arantes consideram a música “Planeta Água” um clássico da preservação ambiental. Mas não foi com essa intenção que o compositor elaborou a música, em 1981.

Aliás, ele nem imaginava que um dia a ameaça da escassez de água iria ser uma realidade no Brasil, um país tropical de belezas naturais abundantes e incontestáveis.

“Essa música é precursora de uma preocupação atual. Na época não a fiz com essa intenção, cantei a beleza do ciclo da água. Cantei a fartura e não a falta da água, mas hoje essa música cai como uma luva. Não tinha a menor idéia de que a água deixaria de ser um recurso inesgotável”, disse o cantor, ex-aluno da Escola Estadual Professor Alberto Conte, em Santo Amaro.

Ele guarda boas recordações destes tempos de estudante, em que era amigo de classe dos jornalistas William Waack e Paulo Markun. “Formávamos um trio na classe, e guardo essas amizades com muito carinho”, lembra.

Para Guilherme, iniciativas similares à da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, como o Projeto Pura e outros projetos de preservação dos rios que brotam no interior paulista, são necessários. O artista considera que a conscientização dos alunos também é um caminho para que o Brasil reencontre sua identidade tropical.

“Lógico que essas iniciativas são importantes. Se não se fizer nada, vai ser ainda pior. O Brasil tem a vocação de ter o maior partido ambientalista do mundo, a vocação de sua juventude, etnia, recursos naturais, da bandeira, todas caminham para este lado de vida”, ressaltou.

Tradição tropical

Segundo ele, projetos pedagógicos de cunho ambientalista seguem uma diretriz implantada desde os tempos de Dom Pedro II e que somente agora está sendo resgatada.

“O nosso hino é ambientalista, vem do Iluminismo, da época do Império. Aliás, admiro muito Dom Pedro II, um homem de visão elevada, culto, que criou o Jardim Botânico e a Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, além de muitos outros parques, destacando uma parte peculiar da cultura brasileira”, observou.

Há 23 anos, revivendo tempos áureos dos festivais da Música Popular Brasileira, o ginásio do Maracanãzinho borbulhava de esperança na década que surgia. Os jovens do início dos anos 80, sonhavam com um Brasil mais justo, com a volta da democracia, com o despertar do gigante adormecido em seus rios, lagos, florestas e mares em abundância.

Com o segundo lugar naquele festival, a canção “Planeta Água” carimbou seu passaporte para entrar no rol dos clássicos populares. E inseriu Guilherme Arantes nesta geração pós-ditadura-militar.

Muitos destes sonhos se concretizaram, muitos se diluíram pelo espaço sideral, pela poeira do cosmo. Mas continuam por aí, flutuando no universo em forma de energia construtiva. E nem o desmatamento, a depredação, o desperdício e as guerras são capazes de destruí-los, na opinião de Guilherme. “Entre os homens há uma tribo do bem que tende a crescer”, completa o compositor.

Eugenio Goussinsky