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segunda-feira, 21/05/2018
A2img/Diogo Moreira
Boas Práticas

Histórias, brincadeiras e cantigas levam alunos da EJA de volta à infância

Na EE João Vieira de Almeida, estudantes criam vínculos e aumentam aprendizagem de forma lúdica

Criar vínculos por meio da arte e do resgate da história de cada um. Foi assim que Daniela del Sole, professora da EJA – Educação para Jovens e Adultos, da escola João Vieira de Almeida, conseguiu se conectar com a sua turma. Com o canto, a dança, o teatro e a poesia os alunos aumentaram seu repertório e desenvolveram uma série de habilidades importantes para a vida.

O objetivo da ação foi proporcionar uma visão integrada das Artes, por meio de vivências e sondagens acerca das diferentes áreas artísticas – artes do corpo (teatro, dança e performance), artes literárias, artes musicais, artes plásticas e artes tecnológicas, tendo como ponto de partida as lembranças que cada estudante traz sobre sua infância, considerando canções, histórias, contos, lendas, fábulas e brincadeiras.

“Era o meu primeiro ano na escola, e eu precisava pensar numa maneira leve de criar um vínculo com os meus alunos. E como não os conhecia ainda, pensei que, com pessoas jovens e adultas, nada mais justificável do que falar das coisas que nós lembramos”, conta a professora Daniela.

Valeria S. da Guerra, aluna da unidade escolar, achava que Arte era só uma matéria lúdica. “Pensava que a gente tinha aquilo de 1º ao 8º ano só com desenhos, ‘vamos desenhar uma árvore, uma casinha e ponto’. Rosiane Maria dos Santos caminhava no mesmo sentido. “Para mim, era uma coisa que não tinha sentido. Eu via os quadros que as pessoas falavam e não ligava”, se explica.

Mas, a estudante Cledja Santos define como tudo aconteceu. Segundo ela, “de início foi meio complicado, muitas pessoas reclamaram. E dali a pouco estavam todos envolvidos na situação e rindo depois”, relembra a aluna.

Com as atividades, é possível perceber as narrativas dos contos, histórias, fábulas e lendas como possibilidades para improvisações, desenhos, danças e criações variadas. Os alunos e as alunas compreendem as transformações pelas quais passaram ao longo do tempo as brincadeiras, canções e histórias.

A professora Daniela, durante as aulas, tem exigido habilidades diferentes, como a de se expor, por exemplo. “Então eu falo para eles que avalio o olhar, como agem, como respondem, como perguntam”, explana. E avalia o projeto como algo que pode ajudar a cada um além dos muros da escola. Para a professora, a iniciativa “trouxe dimensões muito variadas, que eu diria que eles podem aproveitar para a vida, como uma visão mais sensível. A arte não é para pessoas especiais e iluminadas que nasceram com um dom divino. Esse é o pensamento que tenho de arte, que é para todos”, finaliza.

“De muitos anos para cá eu não conseguia enxergar a minha vida colorida. E teve um momento da aula que a professora colocou uma música que me ‘arrebatou’, e me fez voltar àquele momento colorido que eu tive [quando criança]”, completa a aluna Cledja Santos.