Os resultados da edição 2023 do Ideb, divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Ministério da Educação, reforçam o diagnóstico feito pelo governo do Estado no início da gestão, que aponta defasagem na aprendizagem e a necessidade de implementar medidas para recuperar o déficit acumulado ao longo da pandemia e que ainda reflete nas avaliações dos alunos da rede. As principais ações nesse sentido foram implementadas a partir do segundo semestre do ano passado.
O Ideb reúne dados do fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Na comparação de 2023 com 2022, houve aumento do desempenho nos anos iniciais, de 6,1 para 6,2. Nos anos finais, a pontuação passou de 5,3 para 5,1. Já no Ensino Médio, o resultado da etapa foi de 4,4 para 4,2.
Na avaliação por nível de proficiência, os estudantes da rede pública do estado tiveram melhora na comparação com o diagnóstico de 2021 e alcançaram média de 214,81 em língua portuguesa e 227,45 em matemática nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
O desempenho dos anos finais foi de 260,41 em língua portuguesa (262,86 em 2021) e 256,33 em matemática (259,31 em 2021).
No Ensino Médio, as médias foram de 274,43 em língua portuguesa (278,34 em 2021) e 264,66 em matemática (268,96 em 2021).
Mudanças na matriz curricular e foco na formação docente
Desde o início da gestão, a Seduc-SP promove uma série de iniciativas para fortalecer o aprendizado dos estudantes matriculados no Ensino Fundamental e Médio. As mudanças incluem apoio à alfabetização na idade certa em parceria com municípios paulistas, recuperação semestral com foco na recomposição da aprendizagem e ampliação de cursos de formação continuada para professores.
No Ensino Médio, após escuta da rede, São Paulo reduziu de 11 para três o número de itinerários formativos. Além disso, neste ano, a matriz curricular da etapa aumentou em 60% o tempo destinado ao aprendizado de língua portuguesa de 10 para 16 aulas semanais, com novos componentes de redação e leitura. Em matemática, o percentual foi de 70% – de 10 para 17 aulas e a inclusão na grade de educação financeira.
Outra mudança é a ampliação do itinerário do ensino técnico com cursos ofertados nas próprias escolas da rede. A expectativa para 2025 é um aumento de 140% no número de vagas. A Secretaria da Educação ampliará, ainda, o número de cidades que terão a oferta de ensino técnico na rede — das atuais 349 para uma perspectiva de estar em 463 municípios, um aumento de 32,6%. Em 2022, o técnico era oferecido a alunos de 161 cidades paulistas.
A Seduc-SP também aperfeiçoou os mecanismos de acompanhamento do rendimento escolar dos estudantes. Antes o registro de frequência era realizado de forma descentralizada e analógica, o que dificultava a atuação das escolas e diretorias de ensino. Agora as unidades têm mais claro quando e como devem agir ao primeiro indício de que um estudante não está mais frequentando as aulas com assiduidade. Em média, após a terceira falta consecutiva a equipe da escola aciona o aluno e medidas de acolhimento são tomadas para garantir o retorno às salas de aula.