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sexta-feira, 06/04/2018
EJA - Educação de Jovens e Adultos

Instituto Acelere entrega livros a alunos da rede estadual

Foram 7 títulos, num total de 660 livros, que serão distribuídos em escolas de 52 Diretorias de Ensino

A Educação firmou parceria, mediante protocolo de intenções, em que as escolas da rede estadual paulista receberão livros doados pelo Instituto Acelere. Foram ofertados 7 títulos, num total de 660 livros, que serão distribuídos prioritariamente para o Ensino Médio. A iniciativa contemplará 52 Diretorias de Ensino, 72 municípios e 116 escolas, e beneficiará mais de 40 mil alunas e alunos, além de professores e toda a comunidade escolar.

Maria Salles, coordenadora do CRE Mario Covas, analisa que “a questão dos acervos das Salas de Leitura são uma preocupação constante, em relação a ter uma atualização, uma renovação. Nesse momento, recebemos uma escola da DE Norte 1, alunos, professora e diretora, com o compromisso de conhecerem a doação e trabalharem isso dentro da escola”, explica.

Essa é a primeira ação da parceria, e o CRE Mario Covas analisou, a partir dos títulos, quais as escolas que poderiam aproveitar melhor essas obras. “E a ideia é que a SEE tenha mais parcerias nessa linha, além do próprio Instituto Acelere que, percebendo a nossa dedicação, tanto na seleção desses títulos, quanto vai ser na dinamização desse acervo, volte a doar livros para nós”, conclui.

Sobre a doação feita pelo Instituto Acelera, Renato Beluche, diretor do Centro de Biblioteca e Documentação, destaca que a parceria representa a possibilidade de ter mais livros nas Salas de Leitura. Para ele, “a leitura é uma atividade vital, e a gente desenvolve mecanismos emocionais, intelectuais. Para a gente é uma honra receber novos títulos e poder trabalhar com novos autores’, diz.

Gilciany Maria Silva Viana leciona Língua portuguesa e utiliza a Sala de Leitura da E.E. ​Cynira Stocco Fausto para que os alunos tenham acesso aos livros, ampliem o vocabulário e o conhecimento geral sobre o mundo. Ela também usa o ambiente com forma de ensinar com descontração. “Porque ler tem que ser uma coisa divertida, não pode ser obrigatório. Antigamente a gente tinha uma escola onde a leitura era obrigatória, mas isso mudou. Com 12 anos eu tive que ler Dom Casmurro, e isso foi um trauma. Só fui gostar na faculdade”, lembra a educadora.

Gilciany também tem uma dica infalível para aquela criança ou adolescente que ainda não gosta de ler. “A dica para o aluno que não gosta de ler é que ele julgue sim o livro pela capa. Se gostou da capa, leia o resumo, depois lê uma página e depois outra e, quando ele perceber, já estará craque na leitura”, comenta aos risos.

O evento que marcou  início da parceria se realizou nesta sexta-feira (6), às 14h, na biblioteca do CRE Mario Covas, que fica no prédio Caetano de Campos. Na ocasião, representantes do CRE Mario Covas organizarão a distribuição das seguintes obras: Incansáveis (Maurício Benvenutti), Seja o empresário da sua ideia (Natanael Oliveira), Problemas? OBA! (Roberto Shinyashiki), O instinto do sucesso (Renato Grinberg) e Guerreiros não nascem prontos (José Luiz Tejon), ambos da Editora Gente; as obras da Editora Única são Minha vida dava uma série (Guilherme Cepeda e Larissa Azevedo) e Um limite entre nós (August Wilson).

Instituto Acelere

Arthur Shinyashiki viajou para a África juntamente com seu irmão Ricardo. Os dois perceberam em suas andanças que nos vilarejos aonde a escola era presente as pessoas viviam melhor, os desenvolvimentos social, cultural e financeiro eram mais avançados. Com isso, pensaram em fazer algo pela educação no Brasil. Foi então que surgiu o Instituto Acelere.

Trata-se de uma plataforma virtual, onde as pessoas se inscrevem e fazem uma contribuição mensal de apenas 67 reais, a fim de receberem em suas casas uma caixa com livros e um plano de ação que coopera com a organização profissional do interessado. A cada assinante conquistado, o Acelere faz a doação de um livro. São dessas assinaturas que saíram os 660 livros que a Secretaria da Educação recebeu e que estarão à disposição dos estudantes da rede estadual paulista.

“É muito difícil que as pessoas se engajem com educação. E nós precisamos conscientizar as pessoas sobre a importância dos estudos. A educação tem resultados sólidos para quem tem disciplina de estar pouco a pouco evoluindo, estudando”, afirma Arthur.

Salas de Leitura

Nas escolas da rede estadual, além das salas de aula e bibliotecas, os professores têm à disposição um espaço especial para desenvolver projetos que estimulem a leitura.

Em São Paulo, a Sala de Leitura é um ambiente pedagógico e multidisciplinar que costuma receber iniciativas de diversos docentes das unidades e oficinas de contação de histórias, clubes de leitura, teatros e jogos lúdicos. O espaço também é equipado com livros, jornais, revistas e conteúdo audiovisual, como DVDs e CDs.

Marcia Mecca, PCNP de Língua Portuguesa da Diretoria de Ensino Norte 1, explica que a Sala de Leitura tem um profissional responsável pelas atividades e que articula toda a parte pedagógica. “A função desse professor é estimular a leitura do aluno. Esse profissional tem que ter o perfil leitor. A hora que chega o aluno ele tem que ter a sensibilidade de saber que tipo de livro vai oferecer. Então, ele dá um leque de opções, aguça a curiosidade e o aluno escolhe o título”, conta.

Arthur Shinyashiki, fundador do Instituto Acelere, conheceu a Sala de Leitura e achou “iniciativa maravilhosa que acabou sendo apadrinhada pela comunidade. São Oasis em que a gente possa ter a educação com pilares fortes, para que as pessoas, desde pequenas, tenham o costume de ir para um lugar desses, pegar um livro, aprender, desenvolver e passar isso para a frente”, elucida.

Mais de 3 mil escolas estaduais já possuem Sala de Leitura. Mas esse número só tende a crescer. Todas as escolas já são inauguradas com esse espaço pedagógico que passou a fazer parte do projeto arquitetônico padrão para construção de novas unidades.