Entrevista com a coordenadora estadual do programa comprova os resultados
Dois anos depois de sua implantação nas escolas da rede estadual de ensino, em agosto de 2003, o Programa Escola da Família apresenta números superlativos: 5.306 escolas envolvidas, 645 municípios em ação, 40 mil voluntários atuando, 30 mil universitários bolsistas e quase 140 milhões de participações. Esses dados foram levados para as cidades de Bebedouro, Adamantina, Piracicaba, Itu, Barretos e Bauru, pela coordenadora do Escola da Família, Cristina Cordeiro, que falou às rádios locais na manhã de hoje, convocando os moradores desses municípios para a programação de férias que as escolas têm realizado.
Cristina Cordeiro lembrou que a escola é, para muitas pessoas, o único referencial de convivência e de troca de experiências. Continuar com as atividades durante os fins de semana das férias escolares favorece a interação entre os vários grupos e estimula que os talentos se manifestem, seja para ensinar novos pontos numa aula de crochê, no passo a passo para lidar com o computador, ou na produção de pães pelas padarias artesanais.
Com esse espaço protegido para a atuação de educadores, estudantes e suas famílias, a comunidade vivencia o princípio do pertencimento e adota a escola como um espaço realmente seu. “Assim, os atos de violência, seja contra o patrimônio, seja contra a pessoa, diminuíram sensivelmente, porque as pessoas não agridem e não destroem um bem que elas consideram seu. Os índices de violência, que são constantemente monitorados pelo Escola da Família, caíram entre 20 e 60%, confirmando que a população entende e apóia esta iniciativa da Secretaria de Estado da Educação”.
O diferencial dos fins de semana de férias é o Programa Pinte na Escola, no qual a Secretaria de Educação investiu R$ 32 milhões na compra de tintas e material para tornar as escolas mais bonitas e acolhedoras para a volta às aulas. “Tem sido uma verdadeira festa, porque a mão-de-obra vem da comunidade, que em mutirão tem dado vazão à criatividade e desfrutado da companhia uns dos outros. As atividades do Escola da Família, envolvendo 75 mil educadores em todo o Estado e agora se expandindo para os municípios – mais de 300 cidades já se cadastraram para ter o programa em sua rede – , têm sido uma ferramenta muito importante para as pessoas aprenderem a lidar com as diferenças e, na extensão dessa cultura, elas também resolvem seus conflitos e pacificam a escola e seu entorno”, ressaltou Cristina Cordeiro.
A importância das parcerias também foi lembrada pela coordenadora Cristina Cordeiro, argumentando que a consciência da responsabilidade social está cada vez mais difundida e aceita pela sociedade civil organizada. As descobertas feitas ao longo de dois anos do Escola da Família, em relação à qualidade e quantidade de atividades e participantes, trouxeram necessidades de adaptação do programa como um todo, segundo as realidades que se apresentaram. Hoje, garante Cristina Cordeiro, “o Escola da Família tem o formato sonhado pelo Governo do Estado de São Paulo e os resultados mostram que estamos no caminho certo no desenvolvimento de projetos para um ensino de qualidade”.