Pelas salas de aula da Escola Estadual Doutor Carlos Guimarães passaram diversas famílias do município de Santa Cruz das Palmeiras.
Uma tradicional casa de ensino com muita identificação com a cidade, onde alunos, familiares e a equipe profissional de servidores e , professores já estudaram na escola.
Entre os ex-alunos está Arlete Maria Caron Gutierrez, de 71 anos. Arlete, que já foi diretora de escola e atualmente está aposentada, conta que, além dela, sua mãe e sua avó, nascidas em 1924 e 1903 respectivamente, também lá fizeram o curso primário, como era denominado na época. “Todos os moradores têm um grande orgulho e muito respeito pela escola, pois todos os mais velhos sentaram em seus bancos.”
Outra ex-aluna que frequentou os bancos escolares da unidade foi Maria Aparecida Franco de Camargo Fiorini, 74 anos, professora do ensino fundamental também aposentada. “A minha relação com a escola é muito grande e guardo dela um sentimento altamente positivo. Eu, meu marido Carlos Gustavo, meus filhos Carlos Fernando e Selma Elena estudamos nesta escola. Meu marido foi professor, diretor e Supervisor de Ensino da unidade, e ainda lecionei na mesma escola. Moro próximo e a vejo diariamente, rememorando várias e ótimas lembranças dos tempos de estudante e professora.”
A unidade que em 2022 fará parte do Programa de Ensino Integral (PEI), tem muita história como essas para contar. “Alunos relatam que seus bisavôs, avós e pais realizaram a formação escolar básica aqui”, afirma Flávia Amorim de Oliveira, atual diretora da unidade.
História
Primeiro denominada Grupo Escolar de Palmeiras (1911), depois Grupo Escolar Dr. Carlos Guimarães (1927), e hoje Escola Estadual Dr. Carlos Guimarães, a unidade foi criada no dia 1º de maio de 1908.
O terreno para a construção foi doado pela Condessa Monteiro de Barros, que contribuiu para o desenvolvimento da cidade de Santa Cruz das Palmeiras. Por ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932, o grupo escolar foi ocupado pelos soldados mineiros que destruíram arquivos, deixando apenas os livros de Termos de Visitas e de Ponto do Pessoal.
A EE Dr. Carlos Guimarães faz parte do conjunto de 126 escolas públicas construídas pelo Governo do Estado de São Paulo entre 1890 e 1930 que tiveram o reconhecimento cultural, histórico e arquitetônico. Essas edificações expressam o caráter inovador e modelar das políticas públicas educacionais que, durante a Primeira República, reconheceram como inerente ao papel do Estado a promoção do ensino básico. Considerada patrimônio cultural, a unidade foi tombada pelo Condephaat, por meio da Resolução n° 60 em 2010.
Restauro
Dentre as obras realizadas pela FDE na escola, houve um restauro concluído em 2013. Na obra levou-se em conta a conservação e recuperação dos elementos originais, com base no registro histórico, arquitetônico e iconográfico do prédio tombado.
Patrono
Carlos Augusto Pereira Guimarães, nascido em Paraibuna em 1862, ocupou vários cargos na justiça e foi eleito para diferentes cargos políticos. Propôs ao governador do estado Manoel Joaquim de Albuquerque Lins a implementação de uma linha de crédito para construir prédios escolares na capital e interior paulista. Faleceu em São Paulo em 1927.