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quarta-feira, 24/08/2005
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Mais de mil professores assistem a espetáculo teatral com Eva Wilma

Uma platéia formada por mais de mil educadores assistiu na última terça-feira, dia 23, a peça “A Primeira Pessoa”, monólogo interpretado pela atriz Eva Wilma. A apresentação aconteceu no auditório […]

Uma platéia formada por mais de mil educadores assistiu na última terça-feira, dia 23, a peça “A Primeira Pessoa”, monólogo interpretado pela atriz Eva Wilma. A apresentação aconteceu no auditório Ulysses Guimarães, no Palácio dos Bandeirantes, e contou com a presença da primeira-dama, Lu Alckmin, e do secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita.

Ao final do espetáculo, a atriz foi homenageada pela primeira-dama e pelo secretário com flores e com uma placa. A peça faz parte da promoção e divulgação do programa “Caminho das Artes”, lançado dia 4 de julho, com a apresentação da peça “Visitando o Sr. Green” em homenagem ao ator Paulo Autran. Para este ano, estão programados mais 3 espetáculos teatrais, nos meses de setembro, outubro e novembro, sempre na última semana.

Teatro e Educação

Antes do espetáculo, os professores receberam o livreto “Programa do Educador”, composto pelos ensaios “Teatro e Cidadania: da atualidade da arte cênica” de Aimar Labaki, “Tempos Vivos e Tempos Mortos” de Ecléa Bosi e uma entrevista realizada com a atriz Eva Wilma, para estimular e dar apoio aos trabalhos e práticas educacionais.

Programa Caminho das Artes

O Programa tem como meta promover educação de qualidade, focando o trabalho em diferentes manifestações artísticas, incluindo a capacitação de educadores e visitas de alunos a museus da cidade, apresentação de peças teatrais em todo o Estado, participação de alunos e educadores em atividades musicais por meio de apresentações da Orquestra Sinfônica do Estado, apresentação de filmes do cinema brasileiro e a participação de alunos e educadores em mostras de cinema, e produção de materiais de suporte pedagógico que orientem os educadores na realização de trabalho interdisciplinares nas unidades escolares.

Eva Wilma – a homenageada

A atriz, de 72anos, nasceu em São Paulo, e estudou piano, canto, violão e balé. Quando conheceu o ator John Herbert, ele a levou para a Companhia Vera Cruz, onde foi convidada para uma pequena participação em um filme de Luciano Salce. Começava, de forma modesta, a sua carreira de atriz. Na mesma ocasião formava-se o Teatro de Arena, para onde foi convidada e ainda chamada para a TV Tupi, por Cassiano Gabus Mendes, para estrelar um pequeno seriado “Namorados de São Paulo”, que mais tarde passou a se chamar “Alô Doçura”, e que esteve no ar por mais de dez anos. Após assinar os três contratos: televisão, teatro e cinema, Eva Wilma nunca mais interrompeu sua carreira de sucesso.

No teatro fez inúmeras peças sob a direção de grandes nomes, como Antunes Filho, José Renato, Paulo Autran. Como atriz de cinema ganhou mais de dez prêmios, tanto em São Paulo, como em outros estados do Brasil. Em televisão, no entanto, é que sua carreira foi intensa. Ao todo, fez mais de trinta novelas. Contratada pela Globo, depois de passar pelas tevês Tupi e Cultura de São Paulo, teve seu nome reconhecido por todo o público brasileiro. Entre outras, fez as novelas: “Plumas e Paetês”, “Ciranda de Pedra”, “Guerra dos Sexos”, “Roda de Fogo”, “Sassaricando”, “O Rei do Gado”, “A Indomada”, onde fez Maria Altiva, quando assombrou todo o país por sua grandiosa interpretação. Em 1998 e 1999 fez o seriado “Mulher”, como a doce Dra. Marta, médica e humana criatura. Foi casada com John Herbert, com quem teve dois filhos e mais tarde, com o também ator, Carlos Zara, por 25 anos, até o seu falecimento em 2002.

Sobre a peça “A Primeira Pessoa”

No espetáculo escrito por Edla van Steen, Eva Wilma representa ela mesma, nos inúmeros papéis que desempenhou no teatro brasileiro. A atriz Eva Wilma e a mulher Vivinha, como a atriz é conhecida, dialogam abertamente, recordando personagens como Blanche Dubois, de ‘Um bonde chamado desejo’ , Branca Dias, de ‘O Santo Inquérito’ ou Vladimir, de ‘Esperando Godot’.

Eva Wilma canta em inglês, francês e italiano, interpreta trechos de peças e brinca com bordões e personagens que ela fez na TV. Também foram extraídos trechos de poemas e textos de autores como Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Plínio Marcos, Vinícius de Moraes, Cora Coralina, Ledo Ivo e Secchin.

O espetáculo tem momentos intimistas – como quando a atriz dialoga com o marido, presente em imagens e gravações de voz – mas também explora a veia cômica de Eva Wilma. A trilha sonora é tocada ao vivo pela pianista e cantora Vânia Pajares, executando desde Bach até algumas composições populares, acompanhadas pela voz da atriz. Para Eva, a peça trouxe ainda um desafio especial, pois trata-se de seu primeiro trabalho teatral após o falecimento de seu marido Carlos Zara.