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sexta-feira, 05/06/2020
Pais e Alunos

Mário Sergio Cortella conversa com professores no último dia da semana de planejamento

Filósofo fez reflexões sobre o pós pandemia e respondeu perguntas dos docentes

Durante esta semana, toda a rede estadual esteve mobilizada para o planejamento do 2º bimestre. Hoje (5), último dia, o filósofo, professor e doutor em educação Mário Sérgio Cortella conversou, por vídeo conferência, com professores e servidores da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
‘O que aprendemos ao final da Pandemia’ foi o tema do encontro, que aconteceu no Centro de Mídias de SP (CMSP),

Cortella sempre atuou como professor universitário, mas relembrou experiências relacionadas a rede estadual de São Paulo. Uma delas foi por meio dos filhos, que estudaram na escola estadual Fidelino Figueredo, e se reuniram em sua casa com um grupo de estudos sobre o livro ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’. O que lhe chamou atenção não foi o comportamento dos filhos ou de seus colegas, mas sim a presença da professora de literatura, fora de seu horário de trabalho, no meio deles. “Eu fiquei encantado com aquela situação, com a dedicação e com a força”.

Também lembrou que hoje é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data é celebrada por conta da Conferência de Estocolmo, que ocorreu em 1972, período em que cursava o equivalente ao ensino médio atual no Colégio Estadual Marina Cintra, hoje Escola Estadual. Relatou que guarda boas memórias da sua professora de biologia e do de seu professor de literatura, que abordavam o tema em sala de aula. O filósofo fez um paralelo sobre os questionamentos daquela época com o momento que vivemos atualmente.

Cortella refletiu sobre a falta que o ambiente escolar e as equipes inseridas nele fazem na sociedade. “Faz falta porque esse território (a escola) é um local de uma vivência no qual cabem muitas formas de ação, de convivência e, sem dúvida,  de muitas formas de aprendizado”, analisou.

Sobre a volta às aulas presenciais, avaliou que será possível retomar os conteúdos pedagógicos, “A nossa capacidade de docência permite que nós reordenemos os nossos modos de sermos educadores e educadoras na escola. Mas é necessário estar atento as perdas pessoais dos estudantes como desemprego, condição econômica, relações afetivas e, claro, de pessoas”.

Ao ser questionado sobre o que será o ‘novo normal’ no pós-pandemia lembrou que a noção de normal não é o que é natural, mas sim o que estabelecemos como norma e pode não ser inclusiva. Por isso muitas coisas que já foram consideradas normais no passado hoje não são. Assim o novo normal deverá ser embasado nas percepções de desigualdades evidenciadas durante a pandemia “Não será no pós pandemia algo que nunca tenha sido, mas não será mais no modo como foi”.

A presença virtual de Cortella no CMSP foi muito requisitada e esperada pelos professores, que não se decepcionaram. “Fechando o último dia de replanejamento com chave de ouro. Parabéns Cortella!” “Palestra maravilhosa! Obrigada por esta oportunidade”, foram alguns dos comentários dos mais de 100 mil telespectadores do aplicativo.