A E.E. Prefeito Nestor de Camargo, em Barueri, decidiu superar as diferenças de gênero e inovou na proposta curricular. Uma vez por semana, um grupo de meninas participa de aulas sobre manutenção e reparos elétricos. A disciplina faz parte da grade eletiva e também é aberta aos meninos, mas de um ano pra cá, atraiu as jovens do Ensino Médio. Todas acreditam no lema de que “o lugar da mulher é onde ela quiser”.
Ao longo do semestre, os estudantes aprendem noções básicas de serviços como reparos em fiação elétrica, troca de ventiladores e lâmpadas e manutenção da rede hidráulica. O plano é que o que foi aprendido em sala de aula pode ser replicado em casa ou mesmo em uma futura profissão. O curso é orientado por professores de Física e Química e também dialoga com as iniciativas da Educação de discutir o “feminismo” e as “diferenças de gênero” no Currículo Oficial do Estado.
Mulheres no comando das escolas
O exemplo em Barueri é um reflexo também da própria rede. Dados da Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos apontam que o percentual de mulheres em outros cargos além da docência é ainda maior. Entre os 60 mil servidores do quadro de apoio das escolas e diretorias de ensino do Estado, 48.729 são mulheres, ou seja, 81,2%. Eles atuam como agentes de organização escolar, agentes de serviços escolares, nos quadros dos órgãos centrais da Secretaria e nas 91 diretorias regionais de ensino.
Já entre os alunos na rede estadual, elas também são maioria na Educação de Jovens e Adultos. De acordo com levantamento da Secretaria da Educação, feito com base no número de matrículas deste início de ano, as mulheres acima de 18 anos são 51%. O que mostra uma tendência do sexo feminino a recuperar o “tempo perdido” e almejar novas funções na sociedade.