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quinta-feira, 19/07/2018
EJA - Educação de Jovens e Adultos

#MêsdaEducação: alunos de classe prisional cultivam hortaliças por meio da aquaponia

Sistema de criação de peixes para adubagem da horta é ensinado por professora da EE Romeu de Moraes

Para comemorar o Mês da Educação, aqui no portal da Secretaria você vai reler alguns casos de sucesso que envolvem as comunidades escolares do estado de São Paulo. É o caso de estudantes de classes prisionais que aprenderam a Aquaponia, um sistema de criação de peixes que ajudam a adubar uma plantação de hortaliças hidropônicas. Tudo isso dentro do CDP (Centro de Detenção Provisória) III de Pinheiros, na capital paulista.

É provável que você nunca tenha ouvido falar dessa técnica. Mas, tudo bem, os reeducandos Rafael Tadeu Toledo e Allan da Silva Oliveira também não sabiam o que era até pouco tempo atrás.

“Eu não tinha conhecimento de nada disso. Nunca tinha mexido com terra, hortaliça, flores, nada. A única experiência rural que eu tinha era nos finais de semana, quando eu ia para a chácara dos meus pais”, conta Rafael. Allan também não tinha experiência com jardinagem. “Isso aqui foi uma descoberta gigantesca”, afirma.

O projeto de aquaponia no CPD III de Pinheiros foi ideia do professor de Biologia e Ciências Clemilson Marques Pedrosa, da E.E. Romeu de Moraes. “É um projeto importante, porque, mesmo estando fechado por grades ou muralhas, os reeducandos conseguem desenvolver um trabalho ligado diretamente à natureza”, comenta.

“Isso faz com que eles consigam se desligar por um momento do ambiente em que vivem e consigam ficar mais próximos da natureza, do campo e de coisas que são naturais, que podem trazer para eles uma melhor qualidade de vida”, completa. Para Ademir Munhoz de França, diretor do CDP II de Pinheiros, “a importância dos reeducandos aqui, estudando e trabalhando, é bem interessante, porque isso traz uma tranquilidade para a unidade prisional como um todo”, diz.

Aquaponia é um sistema de criação de peixes associado ao cultivo de hortaliças. As bactérias captam a amônia excretada pelos peixes e a transformam em nitrato e oxigênio, utilizados para fertilizar as plantas. Por outro lado, as raízes das plantas retiram as impurezas da água, permitindo a sobrevivência dos peixes. “O projeto é sustentável. A água se renova, todo o material usado foi reutilizado e as hortaliças são totalmente orgânicas”, destaca Rafael.

Allan ainda lembra que o sabor das hortaliças oriundas da aquaponia é melhor do que o das hortaliças colhidas da terra. “A gente percebe que a alface colhida da terra é um pouco mais densa, a folha é ligeiramente mais volumosa. Já a alface da aquaponia é mais leve, então ela acaba sendo mais saborosa”, diz.