O pátio principal da EFAPE, localizada na Capital, viveu dias agitados entre quinta (05) e sexta (06). Quase não havia espaço para circular nas instalações do prédio. Alunos e professores de todo o estado passavam por estandes, mesas e salas tomadas das mais variadas atividades. Tudo por conta do Movimento Inova, uma espécie de convenção que reuniu as melhores práticas em inovação e tecnologia para toda a rede.
O motivo da concentração no patio era simples: lá estavam expostos alguns projetos da Feira de Ciências das Escolas Estaduais de São Paulo, a FeCEESP. Alguns é modo de dizer. Ao menos 50 projetos ganharam um espaço próprio, com os alunos atentamente explicando o problema detectado e o equipamento ou solução pensada.
A área agrícola foi um dos destaques, com projetos ecosustentáveis, como duas alunas da Diretoria Regional de Franca, que criaram um plástico biodegradável a partir do…milho. Outros projetos incluíram a confecção de um braço mecânico para ajudar um aluno, a adaptação de uma máquina de escrever em um equipamento que convertia braile automaticamente e o desenvolvimento de aplicativos de leitura para os alunos.
De Fernandópolis veio um projeto que buscou traçar a história do ocidente através da arte. “Tínhamos um problema de como ensinar arte para a professora, e nossa ideia foi misturar a história da arte com um pouco de história. Serviu também para revisar o vestibular”, conta Emmanuelly Cicero, do nono ano.
O Movimento Inova continuou pelas salas e auditórios da EFAPE. Nas salas, várias atividades de formação, como cursos rápidos e oficinas, abordaram diversos assuntos com professores e PCNPs, como mídia na sala de aula e aprendizagem criativa. Uma dessas oficinas mostrou como estudantes da Escola Estadual Pangia Calogenas, na Mooca, construíram uma espécie de “aldeia tecnológica”. “Usamos materiais apenas recicláveis para mimetizar o funcionamento de uma cidade. Os estudantes tiveram que calcular a energia usada, a água para o abastecimento e entenderam a complexidade dessa estrutura”, conta o PCNP Flávio Dias.
As oficinas aconteceram junto com a Maratona Hackaton. O prório conceito de Hackaton – uma reunião de programadores, designers e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software com o objetivo de criar soluções para um desafio – foi transportado para a Educação, e os problemas apontados tinham a ver com a sala de aula, a comunidade escolar ou o cotidiano dos alunos. “O importante aqui foi ver a união de todo mundo em prol da solução de um problema. Usando tecnologia, e não apenas aquela no computador. Fico muito feliz de ver que isso se aplicará a todo o estado ano que vem”, pontua Samira Barbosa, PCNP de Matemática.
A programação também foi direcionada aos professores. Palestrantes como Anna Penido e Debora Garofalo também passaram pelos auditórios da EFAPe discutindo sobre temas como competências socioemocionais, educação midiática e tecnologia na sala de aula, dentre outros. E na sexta, dia 06, a Educação celebrou os vencedores dos desafios propostos e também dos projetos exibidos.
Tudo com lotação máxima. Se depender do entusiasmo e ânimo desse ano, o Movimento Inova de 2020 vai precisar de um lugar ainda maior.