‘Luzes, câmera e….ação”. O chavão que ficou popular entre diretores de cinema é frequentemente ouvido nas salas de aula da Escola Estadual Professor Amador dos Santos Fernandes, no distrito da Vila Curuçá, zona leste de São Paulo. Tudo por causa de um projeto no qual os alunos viram atores, diretores e produtores de um programa de TV transmitido no YouTube.
O projeto “WebTV” foi ideia do professor de artes, história e geografia Silas Maciel. Ele se inspirou num projeto realizado na escola Ayrton Busch, de Bauru, no qual alunos faziam reportagens e publicavam na TV. . No caso da Amador, no entanto, novos quadros foram incorporados após sugestões dos estudantes. “A ideia do nosso canal é ser diversificado. A gente tentou construir junto com eles os quadros e ideias”, explica o professor, em entrevista à Folha de São Paulo.
A produção de conteúdo, assim como a estruturação dos cenários e os materiais usados, é realizada pelos alunos e educadores de forma colaborativa. Cada professor ou aluno traz seu pôster para compor os cenários ou equipamento para auxiliar nas gravações. “A gente tem tripé, usa meu celular, usa o microfone que é do Silas, que ele trouxe para a escola. Fizemos um banner para ser o fundo do nosso Desafio Amador. Tudo dinheiro nosso. Porque a gente quer ver os alunos participando da vida escolar”, relata o coordenador Cássio Nascimento Souza, em entrevista à Folha de São Paulo.
Os quadros são pensados junto com os alunos. Todos com o intuito de trabalhar conteúdos em sala. Há jogos de perguntas e respostas, entrevistas com ex-alunos, dicas de língua portuguesa e matemática e a cobertura de eventos regionais. !Um dos quadros é o Desafio Amador, que leva o nome da escola e foi o próprio aluno que sugeriu”, explica o professor de história Marcos Vinicius Santos Brasileiro, outro que atuou no projeto.
Estudante do 9º ano, Isadora Pedrosa Barbosa, 15, é repórter da WebTV Amador e já entrevistou figuras como a primeira-dama Bia Doria e Viviane Senna, irmã do piloto Ayrton Senna. “O pessoal aqui da escola falou que eu levo muito jeito para jornalismo”, diz a aluna, em entrevista à Folha de São Paulo. Em média, 20 alunos estão envolvidos no projeto, que ganhou apoio até dos familiares.