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quinta-feira, 31/01/2019
Notícia

No bairro do Ipiranga, escola estadual foi fundada na época do Império do Brasil

E.E. Seminário Nossa Senhora da Glória foi inaugurada em 1825 para abrigar crianças órfãs

Em 1825, o Império do Brasil assinava a criação de uma das mais tradicionais escolas da rede estadual de ensino. No bairro do Ipiranga, na capital paulista, a E.E. Seminário Nossa Senhora da Glória carrega na memória um importante pedaço da história de São Paulo e, sobretudo, do país. 

Inicialmente, era necessário erguer uma instituição na qual abrigasse menores que geralmente tinham perdido os pais nos conflitos armados daquele período. No bairro do Cambuci, foi feita a autorização de construção de uma unidade de ensino para esses pequenos, a Seminário Nossa Senhora da Glória. 

Mas a insalubridade daquela região fez com que anos mais tarde ela fosse transferida para o Ipiranga, próxima ao Museu. O terreno foi fornecido pela Igreja Católica e recebeu a assinatura de D. Pedro II, que outorgou a concessão. Os prédios chegavam a ocupar um quarteirão inteiro. 

“A partir da década 1940, a escola passou a abrigar cursos industriais para mulheres. Elas aprendiam a cozinhar, costurar, fazer bordados, entre outros cursos técnicos. As freiras, que frequentavam a unidade, ficaram até a década de 1970, quando ela então se tornou do Estado”, conta a Agente de Organização Escolar, Denise Helena Mendes, que está na escola desde 1991.  

Sob a responsabilidade do Governo, o local foi transformado em uma unidade de Ensino Fundamental. Nessa mesma época, parte do terreno foi concedido para abrigar cursos da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).  

Ricardo Sloi Urbano também é Agente de Organização Escolar e estudou na escola no começo dos anos 1990. O funcionário e ex-aluno ressalta a importância de fazer parte da memória do país. “Eu gosto da história e do nome que ela carrega. Eu sou do Ipiranga e sei o quão tradicional essa escola é”, afirma.  

Revivendo o passado 

A escola possui um amplo acervo de imagens fotográficas que revela a sua tradição. Pensando nisso, ao longo do ano, os professores de História fazem um trabalho de conscientização do passado da escola com todos os alunos. 

Atualmente, a Seminário atende cerca de 1,6 mil estudantes de Ensino Fundamental Anos Finais e Iniciais. Para o início do ano letivo, a escola abrigará novos alunos para o reconhecimento do prédio.  

“Recebemos muitos estudantes de 1º e 6º ano. Por isso, é importante fazermos o acolhimento e mostrar o que foi a escola”, explica a diretora Michelina Coviello.  

A dirigente de ensino Centro Sul, Maria Isabel Faria, reitera a necessidade de trabalhar a memória da escola com as crianças e os jovens. “Essa abordagem histórica valoriza não só prédio físico, como também a instituição. Quando nós permitimos que o aluno conheça melhor sua escola, ele se sente muito mais presente dentro da unidade”, finaliza.