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quarta-feira, 27/03/2019
A Escola Que Queremos

No Dia do Teatro, conheça projetos inspiradores na rede pública

Aulas de teatro, encenações e ida para ver clássicos da literatura são algumas das boas práticas no estado

Um palco, o público e nada mais. Histórias, reflexões, risadas e dramas que são contados por atores em espetáculos que usam os mais diversos sentidos para passar uma mensagem. O teatro é uma das mais antigas formas de expressão humana e tem um dia comemorativo: dia 27 de março.

Na rede pública do Estado de São Paulo, diversas ações pensadas por professores e alunos.  Alguns conectam o aluno com o teatro. Outros buscam a própria vivência do aluno no palco. Em comum, está o uso da arte como apoio para complementar a grade pedagógica das aulas e promover projetos de formação.

Em Campo Limpo, teatro é usado na prática para combater bullying

Cansado de apenas conversar com os alunos e não ver resultados, o professor Vitor Moraes Filho teve a ideia de combater o bullying na E.E. Jornalista David Nasser de um jeito diferente. O professor propôs que as turmas do Ensino Médio criassem peças de teatro narrando como o bullyng acontece e mostrando seus efeitos na prática. tendo como

“Eu observei a vulnerabilidade da comunidade e o tratamento que os alunos tinham uns com os outros. Precisava agir, fazer alguma coisa concreta”, explica o professor. A peça conta a história de Giovana, aluna que e atormentada por um grupo de colegas de sala e, por uma série de situações, tira a própria vida.

“A mensagem que queremos passar é que a morte não é solução. Que sempre que tivermos algum problema, precisamos buscar ajuda, falar, que as pessoas vão nos ouvir.”, conclui a aluna Daiana Vitória Silva Santos, uma das participantes da peça. O sucesso foi tanto que a escola viu casos de bullying caírem após a encenação. O espetáculo foi levado em outras escolas próximas à comunidade.

Aulas ajudam alunos a se comunicarem melhor

Na E.E. Carlos Maximiliano, unidade que faz parte do Programa Ensino Integral, o teatro é usado com o propósito de despertar o melhor de cada aluno e melhorar a comunicação deles. “Trabalhamos desinibição, além de expressão corporal e vocal. Com isso o aluno vai percebendo a potencialidade que tem”, pontua o professor Francisco dos Santos.

As aulas acontecem na sexta-feira e estão dentro da grade de ensino integral. Com o apoio de livros e atividades pedagógicas, o professor estimula aulas de dança, jogos de palavras e pequenas encenações. “Acho que quando você está em cena, você está mostrando uma parte do que as pessoas não veem diariamente”, pontua o estudante Arthur Queiroz.

Em Santo André, professora ensina clássicos da literatura pelo palco

A professora Érica Miranda, do E.E. Rubens Moreira da Rocha, em Santo André, vislumbrou no teatro uma forma de trabalhar obras literárias mais sérias ou de difícil leitura para alunos. Há pelo menos 15 anos, ela lidera várias turmas do Ensino Médio em idas trimestrais ao teatro como atividade curricular.

“Buscamos sempre clássicos da literatura ou obras de autores brasileiros. Gosto muito de grupos que transformam os clássicos com comicidade, o que torna a peça atraente para os alunos. É muito difícil que o aluno se interesse por O Guarani, do José de Alencar, se a peça for muito séria”, pondera a professora.

As atividades sempre acontecem no meio e no fim do semestre. Junto à direção da escola, a professora busca companhias de teatro e, em parceria com a prefeitura da cidade, fecha o transporte e alimentação dos alunos. “Já fechei sete ônibus para ir a uma peça”, pondera Érica. A professora já até marcou a próxima excursão: é dia 07 de abril, quando os alunos de Santo André irão ao teatro ver a peça “A Farsa da Preguiça”, de Ariano Suassuna.