• Siga-nos em nossas redes sociais:
quinta-feira, 02/05/2019
Boas Práticas

Educação promove evento sobre acolhimento e ensino integral na EFAPE

Debate aconteceu nesta quinta (02) e trouxe diversos exemplos práticos em pauta

A Educação segue promovendo encontros para fortalecer o diálogo com a rede sobre a mudança do ensino em São Paulo. Nesta quinta-feira (2), a Escola de Formação de Professores “Paulo Renato Costa Souza” (EFAPE) sediou o encontro “Conversas sobre as juventudes – acolhimento”, que discutiu a etapa do acolhimento nas escolas integrais.

Etapa fundamental dentro do PEI – Programa de Ensino Integral, o acolhimento é o nome dado à série de eventos no qual estudantes promovem dinâmicas de integração com estudantes oriundos de outras escolas ou séries. Normalmente, ele acontece durante alguns dias, seguido de palestras ou trabalhos em conjunto.

O evento de quinta-feira começou com a palestra de Cristina Mabelini, coordenadora da EFAPE, que pontuou a importância de pensar o acolhimento não como etapa, mas sim como prática perene na escola. “o acolhimento não tem hora nem local específico para acontecer. É uma postura que envolve duas vontades: a vontade de ser acolhido, que vem da infância, dos braços de mãe, e a vontade de acolher, de ouvir o outro, de mostrar o quanto ele é querido e acolhido”, explica.

Um dos exemplos da rede estadual trazido para a discussão veio de Itu, da E. E. Professor Antônio Berreta. Adepta da PEI, a prática constante do acolhimento diminuiu índices de abandono escolar e estimulou práticas com a comunidade. “O impacto mais imediato do acolhimento é o pertencimento à escola. Os alunos se sentem importantes, peças fundamentais no aprendizado deles mesmos e dos colegas”, explicou Robson Rossi, vice-diretor da unidade.

Outro ponto debatido no encontro foi o protagonismo juvenil proporcionado pelo momento. Como é pensado e criado pelos alunos, o acolhimento propicia autonomia de pensamento aos estudantes. É uma mudança no papel do professor, que passa a atuar como mediador da discussão, e não apenas como detentor do conhecimento.

Para Cibele Sbrissa, vice-diretora da E. E. Capitão Vitório Togni, em Cabreúva, o acolhimento estimula capacidades socioemocionais como o olhar para o outro. “Em Cabreúva, trabalhamos sempre a empatia. Nossa dinâmica funcionava em grupo, com os alunos se apresentando e falando características positivas de quem estava do lado. Isso gerava uma empatia imediata e criava um senso se pertencimento que se estendia para o ano”.

Em Praia Grande, escola colhe resultados com a prática

Após as palestras individuais, os convidados integraram uma mesa de debate e discutiram questões levantadas pelos participantes. Um dos pontos mais discutidos foi a boa prática da E. E. Reverendo Augusto Paes de Ávila, em Praia Grande. Estudante do 3º ano do Ensino Médio na unidade, participante da PEI, Giovana Nicolluci compartilhou suas experiências do ponto de vista do educando e quais os benefícios reconhecidos por ela e por colegas.

“Os alunos que chegam vêm com a ideia de que ficarão presos durante 9 horas na escola, mas após o acolhimento, eles entendem que aquele é um lugar diferente, uma verdadeira família”, explica a estudante. Com slides mostrando os principais pontos abordados no acolhimento, feito a cada duas semanas na unidade, ela citou também a importância da PEI no desenvolvimento da cidadania.

“Conviver com pessoas diferentes de você por nove horas parece complicado, mas com o tempo aprendemos como é a pessoa, o que ela gosta e o que aceita, e procuramos conhecer qualidades e defeitos para saber até onde ela pode chegar. A PEI ajuda a conhecer o outro e nos conhecermos também, finaliza.