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terça-feira, 28/09/2004
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EE Mathias Aires é exemplo de dedicação e qualidade no Ensino Público

A integração entre alunos, corpo docente e voluntários é a fórmula perfeita para o bom funcionamento de uma escola. É condição fundamental para garantir a excelência do trabalho pedagógico. A […]

A integração entre alunos, corpo docente e voluntários é a fórmula perfeita para o bom funcionamento de uma escola. É condição fundamental para garantir a excelência do trabalho pedagógico. A EE Mathias Aires, no Moinho Velho, além de possuir esses ingredientes é o exemplo de organização, inclusão e qualidade no ensino público. A disciplina e força de vontade da comunidade escolar ganharam destaque em matéria publicada no Jornal O Estado de S. Paulo, no dia 19 de setembro.

Além dos projetos pedagógicos regulares como brinquedoteca, sala de leitura e olimpíadas, a unidade desenvolve várias ações com um grande diferencial que sensibilizam pais e alunos. Aproximar as crianças da espiritualidade e abrir um leque para todas as religiões é uma delas.

Todos os dias a unidade realiza o ato ecumênico, onde estudantes fazem orações, selecionam e ouvem músicas que transmitem tranqüilidade. Segundo a diretora Marisa Bruna Russo Negrizolo, há 13 anos na escola, a ação resgata a religiosidade.

As atividades que buscam o incentivo e elevam a auto-estima da comunidade escolar são os diferenciais. Todos os meses são definidos temas que despertam a reflexão como, solidariedade, amor, respeito, e envolvem os alunos em tarefas nas diversas disciplinas. Neste mês, o assunto escolhido é paz. A professora de Educação Artística, Elane Vilela da Silva, confeccionou uma pomba em papel, que traz em suas penas mensagens deixadas pelos estudantes. Em dezembro, mês de festividades de fim de ano, o tema será a importância da confraternização.

Inclusão é outro ponto de destaque. A dedicação da professora especialista, Terezinha de Jesus Barcala Tremonti, e de seu filho músico, Marcus Vinicius Tremonti, fez com que os 18 alunos da classe especial gravassem um CD chamado “O Alfabeto do Mathias”, que auxilia no aprendizado e alfabetização. Mas as atividades da classe especial não param por aí. Com o apoio da voluntária Silvana Lourenço foi desenvolvido o projeto “Arte e Cultura”, onde os alunos aprendem a confeccionar imãs de geladeiras e outros artesanatos com materiais reciclados.

De acordo com Marisa, vários ex-alunos da classe especial hoje freqüentam aulas nas salas regulares, como é o caso do jovem Wesley Gonçalves Dias, da 3ª série. Ele impressiona a todos com a capacidade para ilustrar redações e a habilidade manual de moldar em massinha, em poucos segundos, o que lhe é solicitado, como golfinhos, elefantes e outras figuras.

A busca por recursos para reforçar a qualidade do ensino é constante. A escola mantém parcerias com bazares e papelarias que auxiliam na aquisição de materiais pedagógicos às crianças carentes e também recebe o apoio da ONG “Sempre Vida”, nome inspirado na feira cultural “Viva a Vida”, realizada na unidade. A ONG, que é direcionada à saúde e educação, foi idealizada pela voluntária da sala especial, com o apoio da diretora. “O projeto irá se expandir para os outros alunos. A escola contará com uma equipe formada por fisioterapeuta, psicólogo, psiquiatra, nutricionista, fonoaudiólogo, além de cursos profissionalizantes. Vamos buscar parcerias de empresas para a remuneração dos profissionais”, acrescenta Silvana.

Quando o assunto é alimentação, a escola Mathias Aires também se destaca. O cheirinho de boa comida é sentido do portão. A merendeira Ignez Torrecilhas Alves, conhecida por caprichar nas receitas e nos temperos, com o auxilio das serventes, elabora receitas especiais, muito elogiadas pelos alunos. Vitória Escuder de Lima André, da 2ª série, garante que a merenda da escola é ótima. “Eu gosto de tudo que elas preparam, mas o meu prato preferido é macarrão”, diz.

A relação dos educadores com a direção eleva mais um ponto na boa administração da escola. “Os professores são bons e dedicados. No início do ano letivo, eles recebem em reuniões pedagógicas a linha do trabalho a ser desenvolvido”, afirma a diretora. Para a professora da 3ª série, Isabel Aparecida Zampoli Roverci, ser professor na Mathias Aires é gratificante. “A escola é a minha segunda casa”, fala Isabel. Já Lídia Amália de Carvalho, professora da 2ª série, matriculou a sua neta na unidade, com base na afirmação de que a escola trata os alunos com amor, dedicação e calor humano.

O sucesso das atividades é resultado de um trabalho em equipe. Segundo Marisa, o papel primordial do diretor é administrar. “Há duas formas de administração, quando se está longe e aquela realizada corpo-a-corpo. Na escola cada um desempenha a sua função com respeito ao próximo”. Sua parceira em todas as ações, a coordenadora pedagógica Elisabete Fornazari afirma que passar pelo Mathias Aires é fechar o currículo profissional com chave de ouro. 

Flavia Louzane