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segunda-feira, 06/06/2011
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Escola de Serrana é referência em sustentabilidade

Aquecedor movido a energia solar, sistema para captação da água da chuva e produção de sabão ecológico a partir de óleo de cozinha usado são alguns dos projetos desenvolvidos por […]

Aquecedor movido a energia solar, sistema para captação da água da chuva e produção de sabão ecológico a partir de óleo de cozinha usado são alguns dos projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Estadual Deputado José Costa

O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado neste domingo, 5 de junho, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a necessidade de preservar os recursos naturais do planeta. Mas na Escola Estadual Deputado José Costa, localizada no município de Serrana, na região de Ribeirão Preto, essa iniciativa já faz parte do cotidiano dos alunos. A unidade é considerada referência em projetos relacionados à sustentabilidade, que vão além da teoria, envolvendo os estudantes na prática.

Um desses trabalhos é a produção de sabão ecológico a partir de óleo de cozinha usado, desenvolvido neste ano pelo grêmio estudantil, com auxílio das merendeiras da unidade. As cozinheiras ensinaram a receita aos estudantes, que desenvolveram todo o processo de fabricação. Foram utilizados 30 litros de óleo coletados durante o primeiro semestre. O sabão foi entregue aos pais dos alunos, acompanhado da receita para reciclagem do óleo.

“As pessoas costumam jogar fora o óleo de cozinha usado, poluindo rios e o meio ambiente. Por isso, quisemos conscientizar a comunidade escolar sobre a possibilidade reaproveitar esse óleo”, diz Ana Laura Souza do Bem, 16 anos, aluna da 2ª série do Ensino Médio e integrante do grêmio estudantil da escola. Para o segundo semestre, os alunos estudam a possibilidade desenvolver sabão líquido a partir do óleo.

Sistema para captação da água da chuva

Outro projeto desenvolvido na unidade foi a criação de um sistema para captação da água da chuva, que funciona desde o início deste ano. O sistema possibilitou economia de água potável à escola, que passou a utilizar a captada para limpeza externa de pisos, banheiros e irrigação de jardins. “Foi a forma que encontramos para conscientizar os alunos sobre o uso racional da água e mostrar como isso pode ser feito na prática”, afirma a diretora da unidade, Solange Navarro Fabbri.

Antes de ser executado, o projeto foi estudado em sala de aula com os estudantes, envolvendo diferentes disciplinas. Durante as aulas, os alunos aprenderam a aplicar o conhecimento necessário à construção de mecanismos para a captação de água da chuva, assim como viabilizar o seu uso, além de terem participado de debates sobre racionalização dos recursos hídricos.

Para a construção do sistema foram utilizados tubos de PVC e um reservatório de 5.000 litros. O projeto contou com uma verba de R$ 2,9 mil fornecida pela Secretaria, por meio da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP).

Aquecedor movido a energia solar

Utilizar energia limpa e renovável para reduzir o consumo de eletricidade e os danos que sua produção causa ao meio ambiente. Essa foi a proposta do trabalho interdisciplinar desenvolvido pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio, que construíram um aquecedor de água movido a energia solar. Projetado por um professor da Universidade de São Paulo (USP), o aparelho pode ser uma alternativa ao chuveiro elétrico, considerado o grande vilão no consumo de energia, responsável por cerca de 30% do gasto total nas residências.

Professor de história da Escola Estadual Deputado José Costa e coordenador da ação, Cláudio Ramos Molina disse que teve acesso ao projeto do aquecedor pela internet e achou interessante compartilhar o conhecimento com os estudantes. “É um aquecedor solar de baixo custo, que pode auxiliar as famílias na tarefa de economizar energia e reduzir suas contas de luz, promovendo a melhoria social, a preservação ambiental e a possibilidade de geração de empregos, além de elevar a autoestima e o conhecimento do aluno”, comenta Molina.

Para a fabricação do aquecedor foram utilizadas técnicas de bricolagem e materiais como placa e tubos de PVC, além de um reservatório de água de 200 litros. Segundo Molina, os alunos foram capacitados para construir e instalar o aquecedor em suas residências. Dentre eles, Edgar Ricardo Aparecido Toga Rover, 17 anos, que é estudante do 2º ano do Ensino Médio, mas também participou da construção do aparelho, a convite do professor. Rover já montou em casa um aquecedor similar, mais simples, feito com garrafas pet, mas pretende adotar o modelo que aprendeu a fazer na escola, com placas de PVC. “O de garrafa aquece, mas não tanto quanto o de PVC”, conta o estudante. Para ele, todos deveriam utilizar o aquecedor para economizar energia elétrica e preservar o meio ambiente. “A energia solar pode substituir, por exemplo, a energia produzida pelas usinas termoelétricas, que liberam CO² na atmosfera contribuindo para o efeito estufa”, salienta o adolescente.