O período do planejamento se aproxima, época própria para um balanço comparativo entre o que já foi feito e as possibilidades de realização do que está por fazer. O ano de 2005 começou com uma grande conquista do ponto de vista pedagógico: as matrizes curriculares do ensino fundamental (Ciclo II) e do ensino médio foram redimensionadas para atender a exigências de formação colocadas para nossos alunos.
Uma das mudanças diz respeito à reorganização do tempo de permanência dos alunos na escola, para que tenham oportunidade de participar de um maior número atividades curriculares estruturadas como aulas, atividades de enriquecimento e reforço do aprendizado. Nesse ponto, merece destaque a introdução de Filosofia entre as disciplinas obrigatórias do ensino médio, reivindicação antiga dos educadores que percebem a relevância dos estudos filosóficos para o desenvolvimento de uma maior compreensão da realidade.
Para a grande maioria da população, a escola pública representa um dos mais importantes espaços de socialização de valores e de vivência cultural, e esse aumento nas atividades poderá significar um salto de qualidade no desenvolvimento pessoal dos nossos alunos, em sua capacidade de analisar a realidade e em sua disposição para transformá-la.
Outra importante mudança se refere à definição de um currículo mais equilibrado, estruturado com um número equivalente de horas-aula nas diferentes áreas de conhecimento. O mundo complexo do século 21 exige cidadãos que saibam se expressar, fazendo uso das muitas formas de linguagem, com a sensibilidade das artes ou com o uso das representações matemáticas.
Do mesmo modo, espera-se que sejam capazes de enfrentar situações- problema, utilizando os conhecimentos científicos desenvolvidos em sua formação escolar, se posicionem diante dos conflitos de forma justa e solidária, compondo respeito recíproco e auto-estima. A ênfase na leitura e na escrita, que tem sido prioridade da educação pública em nosso estado, é claramente compatível com essa proposta.
Contudo, para que as alterações curriculares sigam significativas, no sentido desejado, será essencial um esforço do conjunto dos educadores para fazer uso do tempo reorganizado com conteúdos que constituam permanente convite à participação dos alunos.
O que se propõe de novo deve respeitar o que já estava indo bem, reforçar o que tinha fragilidades e reestruturar o que revelava problemas. Propomos que uma das diretrizes da atividade do planejamento 2005 seja a auto-avaliação da escola para que se tenha clareza sobre o que está dando certo e deve ser mantido, e o que precisa mudar e como. Outra diretriz do planejamento deve ser a seleção criteriosa de conteúdos, procedimentos educacionais e vivências, em função das expectativas dos alunos e das condições reais da escola, para garantir ações necessárias e exeqüíveis.