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segunda-feira, 10/06/2019
Agenda do secretário

Novo Ensino Médio é tema de debate com secretários e técnicos de todos os estados

Tornar a escola mais dinâmica e criar sinergia com o estudante foram os temas do encontro, que aconteceu na EFAPE

A partir desta segunda (10), técnicos de todas as secretarias estaduais de Educação estarão reunidos na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EFAPE) para uma rede de debates e dinâmicas com o objetivo de dar início à construção do Novo Ensino Médio. Promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o seminário contou com técnicos, coordenadores e secretários de educação.

Juntos, eles irão pensar novas diretrizes para o Ensino Médio, frente aos desafios que a Educação apresenta na sociedade.

“No Brasil, o Ensino Médio funciona como uma revisão de conteúdos para o ENEM. É um descompasso grande com o que acontece no resto do mundo, no qual o Ensino Médio tem o objetivo de formar cidadãos. Precisamos quebrar paradigmas e tornar o aprendizado mais conectado com o jovem”, explica o secretário de Educação Rossieli Soares, um dos coordenadores do trabalho.

André Nery

A experiência de quem faz o Ensino Médio também foi ouvida. Aos 19 anos, Daniel Felipe Dias contou sua história, que combina despertar e consciência. “Abandonei a escola quando, numa aula de matemática, me peguei longe. Aquilo não fazia sentido para mim. Só depois fui entender que o sentido da escola não é passar matérias para que possamos fazer o vestibular e fazer dinheiro. O sentido da escola é dar uma base para que possamos exercer a cidadania e intelectualidade”, pontua o estudante.

Estudante da Escola Estadual Teruko Ueda Yamaguti, em São Paulo, Daniel também cita o que considera fundamental para que novas políticas possam ser pensadas: “O que faz sentido para nós é o diálogo. Nossa geração tem uma responsabilidade imensa de unir a sociedade, e para isso, precisamos saber nos expressar, não julgar as pessoas e olhar o outro com carinho e respeito”, pontua.

A experiência positiva de um membro da rede pública de São Paulo é resultado do um amplo esforço de diálogo com a rede, promovido por questionários, seminários e grupos de debate. “Realizamos palestras e rodas de conversa com grupos focais na EFAPE, em todo este primeiro semestre. E também já iniciamos os seminários sobre o Novo Ensino Médio, com estudantes, pedagogos e professores. Além disso, aplicamos um questionário que teve mais de 160 mil respostas de estudantes e de aproximadamente 90 mil professores, que traz insumos importantes para construção do ensino médio paulista”, destaca Rossieli Soares.

Propostas tomam forma

Coordenadores e técnicos presentes trocaram experiências e impressões sobre como trazer a escola para essa realidade e reformar o Ensino Médio. Em comum, uma nova proposta já tem uma base: o Novo Ensino Médio terá uma base curricular comum para os alunos, visando o preparo ao ENEM e aos vestibulares, e alguns itinerários, que são matérias formadas a partir das necessidades locais. André Nery

“Os itinerários darão possibilidade de escolha para os estudantes”, explica Eduardo Deschamp, conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE).”A exemplo de como funciona o Ensino Integral, a ideia é que eles dialoguem com a escola para que o professor dê uma formação conjunta com aquilo que o jovem quer para sua vida após a escola”.

Esse novo cardápio de estudo tem como objetivo desenvolver habilidades cognitivas e socioemocionais, que juntas, melhoram a aprendizagem de conteúdos para o vestibular e estimulam o exercício da cidadania. “As secretarias podem e devem decidir novos itinerários e grandes, mas o ponto de início será sempre o diálogo com a juventude. O estudante terá autonomia e escolha, porque o processo de aprendizagem é uma escola”, pontua Wisley Pereira, diretor de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação.

Cerca de 150 pessoas participaram do seminário, que vai até quarta (12) com uma série de debates e atividades. O encontro faz parte da Agenda da Aprendizagem, iniciativa do Consed em conjunto com a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).