A frase original, citada por um autor no vídeo de apresentação do lançamento do programa Ler e Viver , termina assim: “são verbos próximos porque nenhum deles permite imperativo”. Incorreta do ponto de vista gramatical, a frase é legítima como definição de conceito de atitude. E foi esta a marca do início do evento que lançou o Programa Ler e Viver, nesta quinta-feira, 5 de maio, em Serra Negra.
O auditório foi composto de mil educadores, todos professores de Língua Portuguesa do Ciclo II do ensino fundamental, assistentes técnicos pedagógicos e supervisores que participaram da capacitação para o programa.
“Ler e Viver” é mais uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação em parceria com a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, ciência e a Cultura (OEI) – organismo de cooperação internacional com experiência em oferecer apoio tecnológico e divulgação de conhecimentos científicos – junto com a gestão da CENP e da FDE.
No Ano Internacional da Leitura, o programa Ler e Viver é mais uma etapa de formação continuada aos educadores da rede pública estadual depois do Letra e Vida que capacitou 20 mil educadores como alfabetizadores nos primeiros anos do ensino e o Hora da Leitura, uma parada estratégica de 50 minutos, uma vez por semana, dedicada somente à leitura.
Incentivar, estimular, seduzir o aluno para a leitura e criar um cidadão mais crítico e participativo, foram os itens que pautaram a fala da Coordenadora da CENP, Sônia Maria Silva, durante o lançamento do programa.
“Nosso desejo é que nossos professores traduzam os princípios de metodologia da educação e seduzam o aluno com a leitura, porque esse é o início da caminhada do jovem para a construção da própria história ao passar pela escola”, concluiu Sônia Maria Silva.
Como diretor da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura, Daniel Gonzáles afirma que a formação dos Estados está na capacidade de aceitar a própria identidade que começa no caminho da educação. Ele acredita que a leitura, hoje, é uma preocupação da sociedade como foco de formação. Para ele, a leitura visa a cidadania e a nação só é plena com essa característica. “A leitura nos permite sonhar com o que podemos ser. Vemos um mundo através da nossa identidade. Ler e Viver será uma nova descoberta de aventuras sem limites”.
O encantamento da leitura objetivado pelos profissionais do Ler e Viver deverá atingir, este ano, 4 mil professores por meio de encontros presenciais, videoconferências, interação via web e atividades em grupo.
A parceria com a editora Moderna, garantiu a qualidade do material pedagógico com três livros de conteúdo teórico, objetivos e atividades.
“O material vai permitir saltos qualitativos em sala da aula, propondo, ao final de cada um, que leve para a escola um projeto para contaminar os alunos com o prazer da leitura”, acrescentou a diretora de Relações Internacionais da Editora Moderna, Mônica Messemberg.
Nesse primeiro encontro presencial, os autores dos livros, muito aplaudidos pela platéia, refletiram sobre o tema com os educadores. A autora, Márcia Kupstas, acredita que a leitura é a capacidade de mergulhar na história e que o grande desafio do professor é encontrar elementos que não fiquem só no conteúdo dos livros, mas que incentive o jovem a encontrar a fonte da curiosidade.
Moacyr Scliar, um dos autores, afirma que a palavra escrita é decisiva para a fundamentação da sociedade.
Para o palestrante e autor de um dos livros, Bartolomeu Queiros, o texto literário é um diálogo entre o autor e o leitor. “O que o sujeito lê não é a frase que eu escrevo, mas é o silêncio que deixo entre as palavras. Escrever é dar a voz ao outro”.
Luciane Salles