Enquanto a pesquisa do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) revelou um crescimento de 5,6% nas matrículas do Ensino Médio no Brasil em 2003, os dados do Estado de São Paulo mostram realidade um pouco diferente da média do país. A procura pelo ensino público paulista, segundo dados preliminares do instituto, sofreu uma leve queda de 0,13% nas matrículas do Ensino Médio, o que, na prática, indica estabilidade em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados no dia 1.º de setembro.
O Estado de São Paulo passou por fenômeno semelhante de crescimento no final da década de 90. Na época, em função de uma elevada expansão demográfica nos anos 80, somada às políticas de correção de fluxo de alunos do ensino fundamental, a procura por vagas no Ensino Médio sofreu um verdadeiro “boom”. Entre 1996 e 2000, por exemplo, o número de matrículas no setor subiu de 1.672,986 para 2.079,141.
Ainda no Ensino Fundamental, o EJA (Educação de jovens e adultos) teve um papel primordial. O objetivo desta modalidade é atender àqueles que retornam à escola, após a terem abandonado, o que aumentou a entrada de alunos no Ensino Médio. Para maior eficiência na assimilação das informações pelos estudantes, são utilizados tele-salas (cursos semipresenciais) e cursos supletivos (presenciais).
A partir de 2000, no entanto, a estrutura da rede pública acolheu toda a demanda vinda do Ensino Fundamental. As matrículas no Ensino Médio paulista foram de 2.062.469 em 2003, contra 2.065.270 em 2002. Segundo Regina Resek, da equipe técnica da CENP (Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, estes números vêm se estabilizando por causa do investimento do governo estadual – responsável por cerca de 85% do ensino no estado – no aumento de vagas. “O acesso ao Ensino Médio está praticamente garantido em São Paulo. Agora, o enfoque maior será dado para a qualidade, com investimentos na formação dos professores e em equipamentos. O importante é manter os jovens na escola”, destacou
A professora ressaltou, entretanto, que a preocupação com o ingresso dos alunos não será deixada de lado na política educacional. “Existem bolsões de intenso crescimento populacional, como na Grande São Paulo e periferias de cidades de médio e grande porte, onde a procura ainda é grande.”
EUGENIO GOUSSINSKY