Os estudantes de doze escolas estaduais no Vale do Paraíba têm colegas diferentes. São abelhas nativas, sem ferrão, que vivem em colônias instaladas nas escolas. O projeto voluntário “Abelhas sem Ferrão” existe há três anos e é uma iniciativa do Instituto Abepoli, que tem como objetivo a preservação das abelhas nativas do Brasil, que tem 300 espécies, das 400 existentes no mundo.
“Percebi que já existiam abelhas na escola, então entrei em contato com o Abepoli e o biólogo Levi de Oliveira, pesquisador, junto com o meliponicultor Reginaldo Silva, nos ajudaram a identificar mais de 30 colmeias, de quatro tipos de abelhas. Recebemos o projeto e isso despertou um olhar mais cuidadoso para esses animais”, explica Cláudia Barbosa, diretora da Escola Estadual Major Miguel Naked.
As unidades que participam do projeto recebem uma caixa de madeira, que serve de abrigo para as abelhas, onde formam uma colônia. Os alunos aprendem desde a organização da colônia até como captura-lás e como fazer a retirara consciente de mel. O projeto também conta com uma aula com um chef de cozinha, que explica o uso do mel na gastronomia.
“As abelhas nativas estão em extinção e precisamos mostrar para os estudantes que elas existem. Além disso, falamos da importância de plantar mais, para que as abelhas façam a polinização. Outro benefício é que as abelhas também podem ser uma fonte de renda, já que produzem mel, própolis e pólen”, explica o meliponicultor Reginaldo Silva, presidente do Instituto Abepoli.
Na Major Naked, os alunos já contam com uma horta, cujos produtos são utilizados na merenda escolar e agora vai receber outros tipos de plantas. “Como gosto de plantar, fiz o projeto da horta, junto com outros professores que também tinham roça em casa. Agora vamos plantar flores e árvores frutíferas para atrair as abelhas para polinização”, disse Leandro Borges, professor de Educação Física.
Para estimular o engajamento dos alunos, o grêmio estudantil “Jovem Consciente” ajuda na divulgação de informações sobre as abelhas. “Com a volta às aulas, vamos mostrar a caixa das abelhas para os alunos e explicar que elas não provocam perigo nenhum”, disse Evelyn Figueiredo, 13 anos, aluna do 8º ano e coordenadora-geral da entidade.
O projeto “Abelha sem Ferrão” está nas escolas estaduais de São José dos Campos: Professor Nelson Nascimento Monteiro, Major Miguel Naked, Deputado Benedito Matarazzo, Professora Márcia Helena Barbosa Lino, Engenheiro Edgar Mello Mattos de Castro, Professora Maria Dolores Veríssimo Madureira, Professora Maria Luiza de Guimarães Medeiros, Professora Ana Cândida de Barros Molina, Professor Dorival Monteiro de Oliveira, Professor Alceu Maynard Araújo, Professor Felicio Savastano; e nas de Jacareí: Doutor Pompilio Mercadante e Professor Dorothoveo Gaspar Vianna.