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quarta-feira, 22/09/2021
Notícia

Primeira diretora transexual da rede estadual de ensino de São Paulo ganha nome de travessa de comunidade no Capão Redondo

Paula Beatriz foi homenageada pelos moradores do bairro na zona de Sul, por conta da sua dedicação e excelência no trabalho educacional

Com mais de 32 anos dedicados à rede escolar de ensino estadual em São Paulo e premiada pela Câmara dos Deputados do Estado de São Paulo, com o prêmio Darcy Ribeiro de Educação, Paula Beatriz agora recebe mais uma homenagem, feita pelos próprios moradores, seu nome em uma travessa da comunidade do Capão Redondo, na zona Sul da capital.

Hoje à frente da educação de mais de mil crianças, Paula Beatriz é diretora da Escola Estadual Santa Rosa e coordena há mais 18 anos a educação do Ensino Fundamental com um trabalho de excelência, em uma região que apresenta altos índices de vulnerabilidade social. A diretora serve de inspiração ao debate sobre questões de gênero e ao reconhecimento de outros agentes da educação que são do grupo LGBTQIA+.

Sendo ela, a primeira transexual a ocupar um cargo de direção na rede estadual, essas premiações e homenagens são consequências da sinergia entre os funcionários, pais e alunos para melhoria na aprendizagem e na construção de um ambiente que atende às necessidades da comunidade. “Ocupar essa função diz muito sobre estar onde eu quero estar e ser o que quero ser. Sou muito bem acolhida pela comunidade escolar e meus alunos me ensinam muito”, afirmou a diretora.

“A Paula mostra para a gente que é possível criar um ambiente que respeita a diversidade e a verdade de cada um, esperamos muito que a rede, cada dia mais, seja um espaço acolhedor, de respeito e diversidade. Que a gente possa evoluir nesse debate e continuar trazendo essa pauta tão importante nas nossas escolas e comunidades escolares”, avalia Henrique Pimentel, Chefe de Gabinete da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

Essa boa relação com as crianças da escola e com os moradores do bairro encoraja muitos funcionários que trabalham na rede estadual a externarem suas identificações de gênero e a descobrirem como se identificam melhor na sociedade. “Minha infância e adolescência foram marcadas por inúmeras descobertas, entre elas a revelação da minha verdadeira identidade”, explica Paula Beatriz.

A diretora ressalta que a sua readequação e escolha foi muito amparada por amigos e familiares. E dentro da rede de ensino também houve muito apoio, principalmente pela forma que Paula Beatriz foi constituindo a sua carreira pedagógica. “A gente sempre precisa de diálogo e debate neste espaço, que é a escola, para realmente naturalizar estas questões. Eu acho que estamos no caminho certo, pensando em todos os aspectos para a pessoa ser feliz”, ressaltou ela ao afirmar que é um aprendizado diário.