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quarta-feira, 14/10/2009
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Professor cego é exemplo de superação

Docente estudou em escola estadual e hoje leciona na rede A Secretaria de Estado da Educação conta com um quadro de cerca de 215 mil professores em atuação. São profissionais […]

Docente estudou em escola estadual e hoje leciona na rede

A Secretaria de Estado da Educação conta com um quadro de cerca de 215 mil professores em atuação. São profissionais responsáveis pelo ensino de aproximadamente cinco milhões de alunos, em todo o Estado. Deste total, vários personagens se destacam.

Um deles é José Carlos da Silva. Há cerca de 20 anos na rede estadual, ele conseguiu superar uma limitação física para se dedicar à missão de ensinar. Cego, o professor decidiu, em 2001, lecionar para os alunos que, como ele, sofrem com a falta de visão.

José Carlos é professor na região de Suzano, na Grande São Paulo, e leciona aos estudantes que apresentam limitações visuais ou que perderam totalmente a visão. “Queremos oferecer uma formação completa e ajudar que o portador de deficiência visual conquiste sua independência e um lugar no mercado de trabalho”, afirma o professor.

A proposta de atender estudantes com deficiência visual foi levada à diretoria da Escola Estadual Professora Leda Fernandes Lopes, onde José Carlos dá aulas de geografia. No início, o projeto conseguiu reunir poucos alunos, mas desde então vem passando importantes transformações. Em parceria com a unidade, José Carlos montou um acervo de livros paradidáticos e desenvolve um projeto de orientação aos demais professores sobre como lecionar para estudantes com necessidades especiais.

Atualmente, o projeto conta com 20 alunos, entre estudantes e membros da comunidade próxima à escola, onde acontecem as aulas. José Carlos discute sobre mobilidade e reabilitação para aqueles que estão perdendo a visão gradativamente, além de ensinar informática. Também são feitas parcerias com empresas para que divulguem vagas de emprego para os participantes do projeto.

Histórico

O professor José Carlos da Silva também foi aluno da rede estadual. Ele estudou no extinto Colégio Alvorada, em Mauá, em uma época de poucos recursos disponíveis para a educação especial. Auricema Rorato Gonçalves era a diretora da escola. Ela conta que o docente foi um dos primeiros estudantes com deficiência física matriculados na unidade. Com a chegada de um aluno com necessidades especiais, a escola buscou melhorias, como uma campanha para a aquisição de uma máquina Braile. “Ele era um aluno muito esforçado e nunca desanimou por causa da cegueira. Fomos procurando caminhos para facilitar seus estudos e acredito que deu certo, e agora ele ajuda outras crianças”, recorda Auricema.

Se fosse aluno da rede estadual atualmente, José Carlos teria à disposição materiais especializados, como soroban, softwares para computadores, máquinas de Braile e carteiras adaptadas. Em 2009, a Secretaria de Estado da Educação vai investir R$ 90 milhões em educação especial. No primeiro semestre de 2009, 5,3 mil docentes foram capacitados.