Aqueles que ensinam, aqueles que ministram aulas, mestres. Essas são algumas das definições para a palavra professor. Mas, o professor é também um elo entre alunos e direção, entre escolas e comunidades escolares. Muitas vezes, é da cabeça de um professor ou professora que saem ideas que garantem o aprendizado do corpo discente e a unificação da unidade escolar.
Geralmente, são ideias simples, mas que mostram a importância do papel dos educadores na aprendizagem das crianças e adolescentes, bem como a tarefa de oferecer a eles uma boa escola, trabalho esse indispensável para a transformação do Brasil numa nação melhor e mais justa.
A diretora da E.E. Professora Ada Cariani Avalone, Denise Cristina Sardinha, acredita que um “professor engajado na escola, que acredita no seu aluno e o coloca como protagonista de todas as aprendizagens, faz grande diferença”. Ela completa ao afirmar que “o aluno acredita nesse professor, acredita na Educação e também se desenvolve muito bem”, conclui.
Na E.E. Elísio Teixeira Leite III, o professor de Educação Física, Marcos Alexandre, verificou que seus alunos precisavam aprender outro esporte, além do futebol. Na unidade, quase nenhum dos alunos tinham conhecimentos técnicos e teóricos sobre a modalidade. No entanto, após muito trabalho, os times formados por aqueles alunos se tornaram potência em campeonatos.
Mais do que fortes candidatos às competições escolares, com um empurrãozinho do professor Marcos Alexandre, alguns estão cada vez mais perto da profissionalização. O goleiro da escola e do Corinthians, Liedson Vieira Oliveira, sabe muito bem o que é superar limites. “Eu aconselho aquelas pessoas, que mesmo todo mundo jogando pedra, que foi o meu caso, para nunca desistirem. É só ir se dedicando, porque eu já estou aqui há quatro anos, e agora jogo no Corinthians. Então, nunca desista dos seus sonhos”, finaliza.
Da mesma forma com que fez o professor Marcos Alexandre, na escola Antonio de Oliveira Bueno Filho, de Araraquara, interior de São Paulo, a professora Cristiane Pereira de Souza Francisco, que também leciona Educação física, apresentou algo bastante desconhecido, a bolinha de gude.
Inicialmente, Cristiane apenas entregou os exemplares aos alunos e deixou que eles brincassem livremente. Fizeram de tudo, desde futebol até jogar pro alto para pegar depois, só não usaram as bolinhas da forma convencional. O passo seguinte foi falar para que eles levassem para casa, fizessem pesquisas e voltassem com o material organizado para que a aula fosse continuada.
Após procurarem na internet, ou pedir ajuda dos mais velhos, como pais e parentes, todos voltaram sabendo o que fazer, mesmo que com regras um pouco diferentes. “O interessante é que antes eles juntavam diversas formas de brincar dentro do método convencional, e após dividirem esse conhecimento em casa começaram a socializar, e até mesmo a mesclar o aprendizado adquirido”, esclarece a professora Cristiane.
Cristiane de Souza foi uma das finalistas do Prêmio Educador Nota 10, com o “Projeto Bolinhas de Gude: Descobrindo Outras Formas de Ensinar, Aprendendo Outros Jeitos de Aprender”. Ela relata que não iria inscrever o Projeto no Prêmio, pois achava que era algo tão simples. “Achava que para participar tinha que ser algo mirabolante, mais trabalhoso”, afirma.
Organizado pela Fundação Victor Civita há 20 edições, o concurso reconhece as iniciativas de profissionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental (incluindo Educação de Jovens e Adultos – EJA).