Professores da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) São Paulo uniram expertise e estrutura laboratorial para produzir máscaras faciais e transformar contêineres em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Outro projeto desta parceria é a manutenção de aparelhos para respiração mecânica, indispensáveis no tratamento de insuficiência respiratória.
Para Degasperi, o diferencial desta máscara é a vedação lateral que garante um nível superior de proteção aos profissionais que trabalham em UTIs. “O equipamento feito com plástico transparente cobre o rosto inteiro, da testa até o queixo, e possui o filtro respirador. No Laboratório de Tecnologia do Vácuo (LTV) realizamos os testes para detecção de vazamentos e para determinar o fluxo de ar necessário para respiração”.
Indústria é solidária na produção de EPIs
As máscaras estão em início de produção por meio da parceria com a fabricante Lorenzetti. A empresa cedeu a linha de produção capaz de entregar aproximadamente cinco mil unidades por dia.
“Essa pandemia é muito grave, mas estimulou coisas positivas como o sentimento de solidariedade e o empreendedorismo. É uma oportunidade de salto tecnológico para diversos setores produtivos como, por exemplo, a indústria de instrumentação médica”, avalia Degasperi.
O professor da Fatec ressalta que esta máscara facial pode inclusive se tornar um produto de portfólio das empresas e ser comercializada após o período de pandemia. Segundo ele, o equipamento comprovou ser eficiente também como EPI para profissionais, como pintores, catadores de lixo e faxineiros que trabalham expostos a produtos voláteis como combustível, tinta e solventes.
Degasperi apoia também o projeto UTIL de UTIs móveis feitas com contêineres e destinadas ao tratamento de pacientes graves da COVID-19. O professor é responsável pelo controle do sistema de vedação da UTI móvel, garantindo que a pressão interior seja mais baixa que a pressão atmosférica do exterior. “Essa calibragem entre as pressões do interior e exterior (vácuo) garante que a contaminação da UTI móvel não contagie o exterior”, explica.
Outra parceria é o projeto AMBUrguer que consiste na manutenção de equipamentos respiratórios usados no tratamento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus.
Degasperi realiza a medição de pressão e vazão dos aparelhos para colocá-los em condições de uso novamente. Segundo dados do Ministério da Economia, existem cerca de 3,7 mil ventiladores mecânicos parados por falta de manutenção nos hospitais das redes pública e privada.
Em São Paulo, houve aumento de praticamente 50% o número de leitos de UTI. “Todas aquelas que estavam disponíveis e funcionais estão sendo credenciadas pelo Governo do Estado. Além de transferir pacientes de hospitais estaduais para a rede filantrópica. O Estado comprou vagas, pagou vagas, para que a rede estadual tivesse mais preparada para receber os pacientes com COVID-19”, destacou o Vice-Governador Rodrigo Garcia em pronunciamento à imprensa na última sexta-feira (24).