Organizado pela Fundação Victor Civita em 1998, o Prêmio Educador Nota 10 recebe inscrições até o dia 2 de junho. O concurso reconhece as iniciativas de profissionais da Educação Infantil, Ensino Fundamental (incluindo Educação de Jovens e Adultos – EJA) e Ensino Médio. Clique aqui para se inscrever.
– Entenda o regulamento, nesse link.
– Saiba tudo sobre o Prêmio aqui.
A seleção é dividida em duas etapas. Na primeira, uma banca formada por especialistas de diversas disciplinas (Alfabetização, Língua Portuguesa, Educação Física, História, Arte, Língua Estrangeira, Ciências, Matemática e Geografia) é responsável por analisar o projeto ou a sequência de atividade inscrita. Por isso, é importante que o candidato relate em detalhes como é o trabalho em sala de aula e o que os alunos aprenderam. São escolhidos 50 finalistas.
Dessa lista, sairão 10 vencedores que receberão um vale presente de R$ 15 mil e serão convidados ao evento de premiação previsto para o segundo semestre, onde deve ser anunciado o grande campeão. A escola onde o trabalho foi aplicado ganhará R$ 1 mil). Em 2017, um projeto com “bolinhas de gude” levou a professora Cristiane de Souza, da Escola Estadual Antonio de Oliveira Bueno Filho, de Araraquara, à última etapa do concurso.
Projetos finalistas de edições anteriores
Geralmente utilizada no quintal pelas crianças, em Araraquara, a professora Cristiane de Souza levou as bolinhas de gude para dentro da escola, onde se tornaram ponto de partida para o “Projeto Bolinhas de Gude: descobrindo outras formas de ensinar, aprendendo outros jeitos de aprender”, que ficou entre os 10 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 – edição 2017.
A educadora, que leciona Educação Física para alunos do Fundamental – Anos Iniciais, deu origem ao projeto no segundo semestre de 2016. Com ele, Cristiane conseguiu ensinar uma brincadeira nova, levou a aula até a casa dos alunos, que puderam interagir com seus familiares, e fez com que os próprios estudantes criassem todo o processo de aprendizagem – mote do projeto.
Além disso, Cristiane explicou a diferença entre uma brincadeira e um jogo, pois um tem regras maleáveis, enquanto que as regras do outro dificilmente são alteradas. Após explicar a importância das regras conseguiu chegar no tema esporte, e fez com que os pequenos pudessem compreender como funciona uma competição esportiva. Assim, todos souberam diferenciar o momento em que estavam brincando do momento em que estavam jogando.
Quando perguntada sobre a importância em ouvir os alunos, Cristiane de Souza é enfática. Ela diz que “não é só ouvir, pois muitas vezes a gente ouve e não leva em consideração por não estarmos dispostos a escutar cada um deles. Temos que deixar eles falarem, sentar com eles… eles avaliam o trabalho e dão uma devolutiva melhor quando a gente escuta eles. E essa é uma forma de avaliá-los também”, finaliza a professora.
Em 2016, a professora de Língua Portuguesa, Karin Elizabeth Bergamin Groner, da E.E. Professor Fernando Brasil, localizada em Tabatinga, ganhou o prêmio.
Por meio do trabalho “Projeto Didático Leitura Dramática”, a docente trabalhou com alunos do Ensino Fundamental a decodificação de palavras durante a leitura de textos com o gênero teatro. Tudo aconteceu após a educadora identificar, por meio da Avaliação de Aprendizagem e Processo, a dificuldade de compreensão na leitura dos estudantes.
“Eles tiveram a oportunidade de conhecer livros do gênero na Sala de Leitura. Eles escolheram um livro para apresentar na escola. Não foi uma apresentação de teatro, e sim a leitura da história de forma repetida. Nos ensaios, os jovens puderam compreender ou decodificar a característica dos personagens, enredo da história, entre outras coisas”, explica a educadora.
“Esse prêmio é muito importante primeiro pela valorização do professor, segundo porque as pessoas envolvidas com educação no Brasil vão conhecer esse trabalho e poderão replicá-lo em sala de aula, já que a vida depende da leitura”, conclui Karin.
No ano anterior, em 2015, quem levou o prêmio foi a professora Andreia Fernandes de Souza, da E.E. Fulvio Abramo, que fica na capital. A docente apresentou o projeto “Ler para estudar o mundo ao redor”, que valoriza a leitura e a interpretação de textos de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Ela concorreu com 3.632 projetos inscritos de todo o Brasil.
A professora trabalhou em sala a prática da leitura de textos científicos. No entanto, os alunos apresentaram certas dificuldades em saber o que era importante. Foi então que entraram as estratégias para que as crianças soubessem o que deveria ser grifado. “Esse movimento começou coletivo. Então, eu estava na frente da sala e fazia as atividades com eles. Depois passamos para grupos, e depois duplas e, por último, eles grifavam o texto sozinho”, explica Andreia.
O ano de 2014 certamente foi especial na vida da professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Mara Elizabeth Mansani. Graças ao projeto com as lenga-lengas, a educadora foi uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10.
“Ser agraciada com o título é uma grande honra. Ser um Educador Nota 10 é continuar estudando, procurando sempre novas práticas e trazendo a tecnologia para a sala de aula. Mas é, principalmente, gostar do que faz”, relata Mara.