Nos próximos dois dias, professores e gestores da rede estadual realizam o planejamento para o ano letivo de 2023, que tem início na sexta-feira (3). As datas são previstas no calendário para que as unidades possam definir as estratégias pedagógicas de acordo com o contexto de cada comunidade escolar.
Para dar início aos trabalhos, o secretário estadual da Educação Renato Feder conversou com os docentes através do Centro de Mídias SP. A importância da qualidade das aulas, com metodologias ativas que engajem os estudantes foi reforçada pelo secretário.
“Quando se fala em uma organização tão grande como a nossa, as pessoas pensam em uma pirâmide com a base formada por alunos, seguida dos professores, depois a direção e o time gestor da escola, depois as diretorias de ensino e lá no topo a Secretaria de Educação em sua torre de marfim, distante, teorizando. Vamos inverter esta pirâmide, porque a Secretaria precisa olhar para cima, de forma que todas as equipes da Seduc-SP apoiem e tornem a vida das diretorias de ensino mais fácil, assim como as diretorias devem atender e apoiar a equipe gestora da escola para que elas tenham mais tempo para se dedicar aos professores, que são os mais importantes da escola, responsáveis pelas aulas, onde o aprendizado acontece”, explica.
Uma novidade para 2023, será uma ferramenta para monitoramento da frequência escolar dos estudantes em tempo real. A plataforma digital permite que professores e diretores acompanhem as faltas dos alunos, podendo identificar sinais de possíveis situações de evasão.
Em Embu das Artes, a equipe da Escola Estadual Iracema Bello Oricchio acompanhou as novidades.
“Em relação ao acompanhamento pedagógico de todos os envolvidos na educação, é uma prática que nós já temos aqui na nossa unidade, então gostei muito que o secretário abordou este tema. Também acho muito importante o acompanhamento da frequência do aluno, da importância de manter os alunos na escola. É uma preocupação que eu tenho”, avalia o diretor José Alexandre Costa.
Educação para todos
Entre as mais de 5,3 mil escolas estaduais de São Paulo, além das escolas regulares, também estão incluídas unidades indígenas, em áreas de assentamento e quilombolas, na Fundação Casa e prisões.
Em Iguape, na Escola Estadual Indígena Taguato Aguia a equipe dialogou sobre o acolhimento aos estudantes, professores e servidores. Para o primeiro dia de aula foram elaboradas ações que envolvem dinâmicas e danças que serão realizadas para receber a comunidade escolar.
“O planejamento da educação escolar indígena parte do respeito com suas especificidades culturais e sempre procurando honrar suas tradições. Fortalecemos os costumes da cultura preservando a localidade onde eles estão envolvidos, a língua e essa pluralidade que vivemos. Esse planejamento é importante e relevante, principalmente para resgatar a história desde a educação infantil”, refletiu Rosana Sukis Dias, supervisora da unidade.
Na Diretoria de Ensino de Jacareí, para intensificar o trabalho socioeducativo das unidades da Fundação Casa, cursos e trabalhos voltados para pedagogia e boas práticas são fomentados. “Desde 2022, intensificamos cursos e dinâmicas voltados para pedagogia com ênfase a pessoas em privação temporária em liberdade. É um trabalho integrado entre a supervisão e o núcleo pedagógico da Diretoria”, conta Alex Rodolfo Carneiro, supervisor educacional.
Ele completa, que com base em uma leitura realista, a partir de fragilidades que os alunos apresentam por conta de um cenário de vulnerabilidade, há possibilidade de recuperar as habilidades. “Usamos a gameficação e outras propostas, que ocorrem em escolas de ensino regular e integral, como exemplo. Nosso objetivo é trazer uma qualidade de educação intensa”, finaliza.