Nesta quinta-feira (29) termina o prazo para que as Diretorias de Ensino encaminhem os bolsistas classificados para o Programa Escola Da Família às escolas. A apresentação e o início das atividades nas unidades escolares estão previstos para o dia 4 de abril. Os voluntários do Escola da Família fazem total diferença para o fortalecimento da rede estadual junta às comunidades escolares. Atualmente, o projeto conta com quase 10 mil parceiros no comando de diversas atividades aos fins de semana.
Os voluntários são responsáveis por auxiliar no planejamento e condução das ações de cultura, lazer, esporte e saúde oferecidas durante os fins de semana. Além de trazer diversos benefícios para eles mesmos, como o desenvolvimento da habilidade de liderança, crescimento pessoal e enriquecimento do currículo profissional, as atividades acabam promovendo mudanças significativas na localidade que os recebe.
Aulas de dança, lutas, artesanato e robótica, oficinas de futebol, grafite e canto. Essas são algumas das tantas práticas promovidas nas escolas da rede, por meio do programa. A criatividade e o desejo de mudança é o que motiva os voluntários do estado de São Paulo. Figura essencial do projeto, os chamados ‘parceiros da educação’ já auxiliaram no desenvolvimento de quase 2 milhões de atividades, em 2017, nas 2,2 mil escolas participantes.
Um dos projetos desenvolvidos, desde 2016, na escola Dr. Abelardo César, em Espírito Santo do Pinhal, mistura o ensino da Matemática, da Física e da Química com a construção de aeromodelos. Idealizado pelo empresário Ezequiel Ferreira Romão, o trabalho une pais e responsáveis, alunos e toda a comunidade em aulas teóricas e práticas. Elias Rodrigues, coordenador do programa na unidade, acredita que a iniciativa foi essencial para a melhora do desempenho e comportamento das turmas. “Hoje esses alunos se sentem parte do grupo. O trabalho modificou o mundo em que eles viviam, apresentando algo além do que haviam imaginado e uma nova forma de aprendizado”, conta.
Já em São Carlos, cachorros, gatos, jabutis e coelhos são utilizados para desenvolver a saúde emocional e física de estudantes em situação de vulnerabilidade social. A prática é liderada pelo professor de Educação Física José Luiz Dorici há sete anos. Aos fins de semana, na escola Jardim dos Coqueiros, além de receber informações sobre como lidar com os animais, os alunos participam de atividades que vão desde o estímulo à leitura até a conscientização contra o uso de drogas. Para o voluntário, a melhor parte sempre é ver a mudança de comportamento nas turmas que trabalha. “Os animais abrem um canal de diálogo com os jovens e eu sou prova de que vidas foram transformadas”, conclui.
Além de beneficiarem a si mesmos, os participantes possibilitam o encurtamento da distância entre escolas e comunidade. Além da aproximação, “quando a comunidade participa das atividades, ela está enriquecimento o seu repertório”, afirma a coordenadora geral do Programa Escola da Família, Carmen Lúcia Bueno Valle.
Mundo do trabalho
O Programa Escola da Família não tem apenas atividades lúdicas. Pelo contrário, oferece a oportunidade para que os interessados consigam melhorar sua visão de negócios e aumentar a renda familiar.
“O curso de aromatizantes que o Escola da família ofereceu me proporcionou agilidade e conhecimentos para lidar com vendas, planejamento e compra de materiais, dicas para conquistar clientes e oferecer meus produtos com qualidade”, esclarece Ana Paula dos Reis Machado, participante da comunidade EE Prof.ª Aparecida Ferreira Dourado de Carvalho, da Diretoria de Ensino de Taboão da Serra.
Bolsa
Os aprovados, após avaliação do perfil, têm direito à bolsa, sendo até R$ 500 pago pela Secretaria da Educação e o restante do valor custeado pela faculdade. Em contrapartida terá que atuar aos fins de semana – sábado ou domingo – por 8 horas em atividades ligadas a trabalho, saúde, cultura e esporte.
Os alunos classificados serão encaminhados a uma das 2,2 mil unidades do Escola da Família de acordo com a pontuação, a quantidade de vagas disponíveis no curso de graduação e o número de vagas por regional. A lista de espera tem validade de 12 meses.