“A nossa intenção é incentivar os jovens a se interessar pela política, pois são eles que farão o futuro do Brasil”, afirma Bianca Savian. A frase dita pela estudante da E.E. Professora Maria Aparecida Justo Salvador, localizada em Pratania, retrata como o mês de novembro de 2014 foi especial para alguns estudantes da rede estadual. Por meio do programa Parlamento Jovem Paulista, os estudantes puderam, por um dia, ocupar as cadeiras dos principais parlamentares do País na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Deixando de lado o uniforme escolar e vestindo terno e gravata, cada jovem pôde ter a oportunidade de defender um projeto de lei na tribuna da Assembleia Legislativa. “O meu projeto decreta a redução em 20% dos impostos para empresas que contratem um menor aprendiz. O objetivo é incentivar o menor a entrar no mercado de trabalho mais cedo”, conta Joyce Soares, aluna do Ensino Médio na E.E. Professora Sueli Aparecida Figueira dos Santos, em Ubatuba e representante do partido do emprego.
Mas, para debater suas ideias e projetos de lei, um longo caminho foi percorrido. Para conquistar uma vaga no programa, os alunos passaram a reunir informações e escrever projetos de lei com foco na agricultura, cultura, defesa do consumidor, direitos humanos, educação, emprego, esportes, habitação, juventude, natureza, saúde ou segurança pública.
Os projetos foram avaliados por um time de especialistas da Assembleia, responsáveis por escolher as ideias com mais relevância social e profundidade nos assuntos. Na edição de 2014, foram selecionadas 94 propostas, sendo 51 provenientes de escolas estaduais. Os jovens eleitos foram divididos por partidos que obedecem o tema escolhido em seu projeto de lei.
Representante do partido da educação, que obteve o maior número de propostas, recebendo 33 membros, o presidente do Grêmio Estudantil da Escola do Novo Modelo Tempo Integral Professor Enio Vilas Boas, Vinicius Soares, reconheceu o peso de representar os estudantes no parlamento. “Ser um deputado jovem não é ser um jovem autoritário que visa o seu benefício próprio, mas um jovem que pensa no bem coletivo”.
Os projetos de lei apresentados no Parlamento Jovem ficam à disposição dos deputados estaduais e órgãos oficiais do Estado de São Paulo. Segundo a representante do programa Sonia Hernandes, diversas propostas já foram votadas em plenárias oficiais. “É importante que eles saibam que o Parlamento Jovem não termina naquele dia. Os projetos têm potencial suficiente para sair do papel e ocupar espaços de discussão na esfera política”.
“Você saber que, como professor, participou da história de um aluno que futuramente venha a se tornar um deputado, e saber que contribuiu para aquilo acontecer, é emocionante”, conta Jeferson Argolo, professor na E.E. Jardim Noronha V.
