• Siga-nos em nossas redes sociais:
quarta-feira, 29/05/2019
Boas Práticas

Projeto didático reúne memórias de Educandos da Fundação Casa de Franca

Iniciativa desenvolve senso crítico e contribui para a reintegração dos estudantes

O que acontece quando as memórias dos estudantes são temas de aulas e até de livro de memórias? Na Unidade Socioeducativa de Franca, vinculada à Escola Estadual Prof.ª Helena Cury de Tacca, a ideia se tornou realidade e até já foi publicada.

Desde o início das aulas, a professora de Língua Portuguesa Letícia Vieira de Oliveira fala sobre o dia a dia do estudante de forma direta e leve. A relação extramuros de estudantes do do Ensino Fundamental e Médio foram alguns dos desafios propostos pela professora. A boa prática resultou em um livro de memórias onde os alunos expõem sua realidade.

“A leitura só desperta o interesse quando interage com o leitor, quando faz sentido e traz conceitos que se articula com as informações que já possui. Com a leitura, há possibilidades de os alunos se afastarem dos atos violentos, levando-os a serem mais críticos e tendo uma visão mais ampla sobre a sociedade. Depois de muita leitura usar o hábito da escrita”, explica a docente.

A metodologia adotada em sala incluiu a leitura de autores como Mário Quintana, Machado de Assis e conteúdos jornalísticos. Também houveram dinâmicas e reflexões sobre as atitudes dos alunos no dia a dia de cada um. O projeto foi realizado no 1º Semestre do ano de 2018, com a participação de 40 educandos da Unidade Socioeducativa.

Ideia surgiu após observação de professora

A iniciativa surgiu após a professora observar a postura de seus alunos diante às atividades de leitura e escrita em sala de aula. Após um tempo analisando os perfis e vivência dos educandos, Letícia passou a distinguir tipos textuais e gêneros textuais e começou a apontar espaço para novos escritores, despertando o interesse pela escrita.

A prática estimula o ressignificado da escola para jovens Unidade Socioeducativa, onde o jovem que se encontra privado de sua liberdade. “É a reintegração dele (do aluno) ao meio igualitário”, afirma Letícia.

Para Érica Miranda, professora da Escola Estadual Rubens Moreira da Rocha, a leitura e a escrita têm poderes que vão além da sala. “O estudante que gosta de ler e escrever desenvolve um senso crítico para tudo na vida. É não apenas um aluno melhor, mas um cidadão mais amplo e preparado para exercer seu papel na sociedade”, explica.

O resultado da boa prática pode ser conferido no livro ‘Memórias de um Educando’, disponível aqui para download.