Com a finalidade de propiciar acolhimento fraterno e valorizar a presença do aluno, a escola Marechal Mallet, de Campinas, promove o “Acolher”. Com ele, a socialização acontece de forma harmoniosa e responsável, o que gera maior rendimento intelectual e menor evasão escolar. Unidade de Ensino Fundamental – Ciclo I, as ações são estimuladas pelos educadores, considerando sempre o estágio de crescimento de cada um.
A estratégia de ação se estabelece em cinco pilares: as boas-vindas, a execução semanal do Hino Nacional Brasileiro, a sexta-feira talentosa, a despedida e os direitos e deveres. Todas as ações fazem crescer nos alunos o sentimento de pertencimento ao ambiente escolar, bem como interações entre todos os frequentadores da unidade.
A vice-diretora da unidade, Elisandra Teixeira Marcondes, avalia que, após a implementação do projeto, “houve uma significativa mudança no comportamento dos alunos”. Segundo ela, as próprias crianças se organizam para que as atividades sejam desenvolvidas de forma mais ordeira. Sobre o show de talentos, Elisandra diz que “tem até fila!”. E completa: ”eles são muito organizados nessa questão, eles vêm aqui, falam nome, série e o dia que vão se apresentar. Então todos os alunos sentam e ficam aguardando para saber o que vai acontecer no show de talentos”, relata.
Eles são pequenininhos, mas dão aula sobre como uma plateia deve se comportar. “Engraçado é que às vezes as crianças erram e têm que recomeçar o número, aí ninguém vaia, ninguém se desconcentra, fica todo mundo quietinho esperando. É muito bonitinho!”, finaliza a vice diretora.
Em Boas-vindas!, todo estudante que se matricula na Mallet é recebido pelos Agentes de Organização Escolar, Gestores e Professores, o que desperta o sentimento de acolhimento, pertencimento e faz com que se sintam importantes para o coletivo. Na execução do Hino Nacional, os alunos aprendem a postura correta diante da bandeira e a letra da canção.
A Sexta-feira Talentosa chama a atenção, pois é o momento que todos, entre funcionários e educandos, podem se expressar por meio da arte. O interessado faz uma “inscrição”, com uma semana de antecedência. Tais apresentações poderão ser música tocada ou cantada, dança, teatro, declamação de um poema próprio ou de outros, por exemplo.
A escola já tem uma dupla de cantoras que tem feito sucesso entre todos, Leticia dos Santos Ravavo e Mayara Cristina Castelli, ambas com 10 anos de idade. “Na realidade, eu canto em quase todo lugar. Teve um dia que eu e minha amiga Mayara fizemos um trabalho em que a gente cantou em todas as salas. Eu senti vergonha, mas eu acho que o melhor é fechar os olhos e pensar que a gente está cantando no chuveiro, pra gente não rir. Porque a minha amiga Mayara quase não cantou, ela só riu”, relembra a pequena Leticia, que ainda está em dúvidas sobre qual carreira seguir, a de cantora ou de cabeleireira.
Mas, Mayara tem uma boa justificativa sobre a apresentação inesquecível ao lado de Letícia. Ao cantar, “eu me sinto, assim, como se a gente tivesse calma, é uma coisa boa para fazer e eu me sinto melhor. Eu dei risada quando cantei com a Leticia, e eu dei risadas porque eu me sinto muito alegre cantando”, esclarece a aluna.
No momento da “Despedida”, alunos e professores descem para o pátio e aguardam os pais e perueiros. Todos se posicionam, em fila, dez minutos antes do término do período, seja manhã ou tarde. E, por fim, a atividade do “Direitos e Deveres”, que nada mais é do que uma roda de conversa sobre o que é preciso fazer para se ter um ambiente harmonioso dentro e fora da escola. Ali, todos refletem quanto a comportamentos adequados e desejados. Tudo o que é falado vai para um mural, para que os alunos façam uma leitura diária do combinado.