Promotores de justiça estão visitando as escolas da rede pública, em diversas regiões do estado, para divulgar o concurso “Vozes pela Igualdade de Gênero”. Neste ano, o projeto abordará o tema “A cor da minha pele dá poder à minha voz”, focando a mulher negra.
As visitas acontecem em formato de palestra com os alunos, explicando o concurso, prazos de envio e o tema que deve nortear a composição da música final. Na Escola Estadual Doutor Lauro Pereira Travassos, o pátio ficou lotado com cerca de 450 alunos interessados em saber mais sobre a possibilidade de fazerem uma música. “Foi uma experiência extremamente interessante. Os alunos foram bastante educados, atentos e participativos, e parece que as expectativas da coordenação foram superadas”, relata Luciene Mendes, promotora de justiça.
Já a promotora Fabíola Sucasas se reuniu com representantes dos alunos do ensino médio, além de professores, da Escola Estadual Sérgio da Silva Nobreza, no Jardim Ipanema, zona leste da capital paulista. “Realizamos um bate-papo a partir da exibição de vídeos. Um deles, por exemplo, abordava os estereótipos atribuídos às pessoas negras ou brancas. Discutimos como esses estereótipos conduzem à desigualdade, à discriminação e ao racismo estrutural. Foi uma atividade que estimulou o pensamento a respeito da temática do concurso”, afirma Fabíola.
O concurso Vozes pela Igualdade de Gênero teve a data prorrogada, e agora as escolas terão até dia 18 de outubro para enviarem suas canções representantes para a respectiva Diretoria de Ensino. Após a escolha das dez finalistas, a votação popular ocorrerá de entre 11 e 15 de novembro.
A aceitação da rede, até agora, está sendo grande. “Em todas as palestras e visitas, o engajamento dos estudantes foi intenso, sobretudo quando foi pedido que eles compartilhassem suas impressões sobre os slides apresentados. Um dos alunos, inclusive, revelou seu talento ao violão tocando uma composição de João Pernambuco”, relata a promotora Cristiane Hillal.
Concurso “Vozes pela Igualdade” continua com inscrições abertas
Prazo de envio de trabalhos vai até dia 18 de outubro
A quarta edição do concurso de música “Vozes pela Igualdade de Gênero” continua com inscrições abertas. Para participar, é preciso compor a letra de uma música, individualmente ou em grupos de até cinco pessoas. As letras precisam ser inéditas, em qualquer estilo musical, e composta em língua portuguesa.
Podem participar alunos e alunas das escolas estaduais matriculados no Ensino Médio ou nos cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA). As inscrições vão até dia 18 de outubro. As dez composições finalistas, na fase estadual, receberão certificados de finalistas, e a música vencedora terá gravação em estúdio profissional.
“A cada ano que passa, o concurso está cada vez maior. Na última edição foram impactadas mais de 270 mil pessoas. Para essa edição queremos ampliar e atingir cada vez mais vozes”, pontua o secretário executivo Haroldo Rocha, presente no lançamento de inauguração.
Para este ano, o concurso apresentou o tema “A cor da minha pele dá poder à minha voz!”, que segundo os vencedores anteriores, serve de ajuda para pensar o ritmo e a letra de cada música. “Quando eu pesquisei para poder escrever e foi muito interessante, por que eu aprendi e cresci muito escrevendo essa música”, disse Elian Flores, vencedor da 2ª edição do concurso em 2017.
Além de mobilizar jovens da rede, o concurso também inclui promotores, que são pessoas, ligadas ou não à escola, que irão espalhar as músicas e ajudar os estudantes na composição musical. “Informação muda histórias e muda vidas. Uma das muitas formas de nos comunicar é a música, por isso nosso papel será de democratizá-la para toda a rede”, relata promotora Valérias Diaz Fernandes.
Participação da escola
Para participar, cada escola deverá formar uma comissão multidisciplinar que será responsável pela avaliação e seleção de até cinco músicas inscritas. A escola deverá organizar uma votação para escolher a melhor canção, que será encaminhada à Diretoria de Ensino correspondente.
“A participação da escola é fundamental, não apenas no concurso, mas na divulgação de boas práticas sobre o tema e também na conscientização de assuntos como esse, tão fundamentais para a sociedade brasileira”, explica Caetano Siqueira, coordenador da COPED.
Na segunda fase, haverá a escolha da Diretoria de Ensino, que faz a avaliação e seleção das músicas recebidas das escolas. Na última etapa, ocorrerá a escolha das dez melhores composições musicais feitas pela comissão julgadora formada por representantes do Ministério Público, da Secretaria da Educação e da área musical.