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sexta-feira, 05/04/2024
Destaque

Consciência Negra em abril: Escola da zona leste de SP organiza palestra de combate ao racismo

Na Escola Estadual Professora Ernestina del Buono Trama, localizada no Jardim São Paulo, todos os 1.100 alunos estão envolvidos em debates sobre racismo estrutural, recreativo e institucional

Na Escola Estadual Professora Ernestina del Buono Trama, localizada no Jardim São Paulo, as ações de Consciência Negra ultrapassam o mês de novembro, quando as atenções estão voltadas para discussões sobre racismo no país. Estudantes e professores da unidade de ensino da zona leste da capital programaram para a última quinta-feira (4) uma série de atividades com debates sobre racismo estrutural, recreativo, institucional, cultural e comunitário. 

O projeto envolve todos os 1.156 estudantes da unidade, matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. São esses alunos que tomaram a frente para o desenvolvimento das ações. Com apoio de seus professores, eles organizaram palestras e discussões e apresentaram aos colegas as diferentes formas de racismo manifestadas pela sociedade.

Os estudantes da escola Ernestina também criaram um grupo de trabalho chamado de Centro de Apoio Ação e Transformação, o Oiaeu. O grupo organizou, para o encontro de hoje, exposição de artes e oficina de tranças.

O combate ao racismo tornou-se, segundo a diretora da unidade, professora Carla Oliveira, parte do cotidiano dos alunos da escola, e não é de hoje. “Nos últimos dez anos, conseguimos fazer com que o tema fosse constantemente abordado e pelo que acompanhamos, o nível de conhecimento e compartilhamento tem se elevado. Esse é um projeto que saiu da área de humanas e se tornou um projeto da escola”, diz a diretora.

Campanha de autodeclaração

Na escola, os estudantes também são protagonistas na realização de pesquisas demográficas que levantaram, entre outros assuntos, a raça, cor e etnia da comunidade escolar. Segundo o diretor da unidade, atualmente há 52% de alunos pardos, 38% de alunos pretos, 8% de alunos brancos, além de 1% de amarelos e 1% de bolivianos e venezuelanos.

Em todas as escolas estaduais de SP está em curso a 1ª Campanha de Autodeclaração das Escolas Estaduais.  O objetivo é atingir o máximo de alunos com a ação de reconhecimento da própria identidade. Estudantes a partir de 16 anos de idade podem se autodeclarar, enquanto os com 15 anos ou menos devem ter sua declaração feita pelos responsáveis. 

Estudantes interessados em fazer a sua autodeclaração podem procurar a secretaria da sua escola para formalizar o seu pedido. Aqueles com mais de 16 anos de idade, inclusive adultos matriculados na Educação para Jovens e Adultos (EJA), estão aptos a fazer a autodeclaração individualmente. Já alunos com 15 anos de idade ou menos devem estar representados por seus pais ou responsáveis.