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quarta-feira, 03/04/2019
Destaque

Rede estadual possui quase 12 mil estudantes nascidos fora do Brasil

O número de matrículas de alunos oriundos do exterior ano é 18% maior do que o registrado no passado

Dados da Secretaria da Educação apresentam que o número de matrículas de alunos oriundos do exterior ano é 18% maior do que o registrado no passado, quando havia 10.034 estudantes que não nasceram no Brasil estudando nas escolas estaduais de São Paulo.

Entre os 3,5 milhões de alunos matriculados na rede, 11.905 são estrangeiros. O maior grupo é de bolivianos (5.022), seguido por japoneses (1.307), haitianos (998), angolanos (594) e paraguaios (433) .

A Escola Padre Anchieta, localizada no Brás, Centro de São Paulo, está entre as que mais atendem bolivianos – são 124 matriculados neste ano. A unidade de ensino possui também outros estudantes vindos de diversas partes do mundo, como Coréia, Síria, China, Bangladesh, Egito, além dos países da América Latina.

Embora muitas vezes, o idioma seja um entrave para acolher estes alunos, para a vice-diretora Marisa Tanesi, os estrangeiros trazem diversidade cultural e troca ao ambiente escolar. “Temos uma grande diversidade de etnia e nossos alunos brasileiros costumam cuidar dos que vêm de fora. A troca é boa e gera empatia”, disse.

Historicamente habituada a receber alunos de fora do Brasil, por estar localizada no Brás, área que atrai comerciantes, a  escola Padre Anchieta costuma aproveitar o fenômeno para promover eventos e feiras culturais que valorizam a dança, a gastronomia e o idioma dos países de origem desses estudantes.

“Já trouxemos os pais para participarem de um festival de gastronomia. Os pais dos imigrantes costumam ser mais presentes e valorizar a escola e os alunos aprendem o português bem rápido”, afirma o coordenador Marcos Antônio Alves.

Para as bolivianas Judith Flores Roque, de 12 anos, e Sandra Maynazo Capela, de 13 anos, do 7º ano do Ensino Fundamental, é muito bom estudar em uma escola onde há outros colegas de seu país de origem. “Vim para o Brasil muito pequena e aprendi fácil o português, mas me sinto metade brasileira, metade boliviana. É bom conviver com outros bolivianos”, diz Judith.

O nigeriano Muna Ogbuka, de 11 anos, está há 4 anos no Brasil e aprendeu a língua portuguesa em seis meses. Também fala inglês e espanhol. Ele diz que a convivência com os amigos ajudou a desenvolver o idioma, embora os professores também tenham sido prestativos. “Gosto dessa escola porque posso fazer amizade com alunos de outros países e isso é ótimo para aprender outras culturas.”

  Estrangeiros na rede em 2019
  País de origem Número de alunos
1 Bolívia 5.022
2 Japão 1.307
3 Haiti 998
4 Angola 594
5 Paraguai 433
6 Peru 410
7 Colômbia 401
8 Venezuela 395
9 Portugal 327
10 Argentina 322
Outras nacionalidades 1.696

Fonte: Sistema de Cadastro de Alunos/ Secretaria Estadual da Educação de SP