Um repelente de mosquitos desenvolvido para ser usado por pessoas mais sensíveis, como bebês e gestantes, e que alia nanotecnologia e componentes naturais e sintéticos foi o grande vencedor da primeira edição do Prêmio Bayer, criado para valorizar projetos de universidades vinculadas ao Parque Tecnológico de São José dos Campos. O resultado foi divulgado no último dia 6 de agosto.
O prêmio recebeu 21 inscrições e os vencedores, segundo os organizadores, tiveram destaque pela relevância do projeto e pelo potencial inovador do produto ou serviço apresentado. O projeto do “repelente nanotecnológico” é desenvolvido pela equipe do Laboratório de Nanotecnologia Ambiental do campus de Sorocaba da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que terá agora acesso à trilha de desenvolvimento do Parque Tecnológico de São José dos Campos e também participará da seleção do Nexus Lab, um programa de acompanhamento de startups.
“A participação na competição foi uma consolidação do aprendizado obtido durante a graduação, o mestrado e o desenvolvimento do projeto, de modo que será possível aprimorar o empreendedorismo e avaliar a aplicabilidade do produto para o bem-estar da população”, diz ao Portal da Unesp a farmacêutica Carolina Bárbara Rogerio, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais e líder da equipe da universidade na competição.
“A premiação do projeto em primeiro lugar estimula o grupo a continuar os esforços com a pesquisa, pois a partir deste reconhecimento será possível adquirir novos conhecimentos e aperfeiçoar o projeto”, acrescenta.
Formação
Além de Carolina, fazem parte da equipe Daniele Carvalho Abrantes, bióloga e doutoranda no Programa de Ciências Ambientais; Jhones Luiz de Oliveira, biotecnólogo e pós-doutorando; Lucas Bragança de Carvalho, químico e pós-doutorando; e Leonardo Fernandes Fraceto, químico e professor do Instituto de Ciência e Tecnologia, do campus de Sorocaba da Unesp.
“A participação em competições como esta tem sido de fundamental importância para a formação dos estudantes, uma vez que eles podem desenvolver seus projetos em nível de ciência básica e também visualizar o potencial de aplicação deles”, diz o professor Leonardo Fraceto ao Portal da Unesp.
“Cada vez mais se faz necessário esse tipo de aprendizado para estudantes que atuam no desenvolvimento de pesquisas com potencial para serem aplicadas, pois isto pode aproximar suas ideias e tecnologias para a melhoria da vida das pessoas”, afirma o docente.
A primeira edição do Prêmio Bayer foi avaliada por uma equipe do Escritório de Projetos do Parque Tecnológico e por uma equipe de especialistas em inovação da empresa que dá nome à premiação. O projeto vencedor da Unesp surgiu a partir da aprovação de um financiamento obtido em uma chamada conjunta do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Saúde para prevenção e combate ao zika vírus. Ao longo do desenvolvimento do projeto, Carolina Bárbara Rogerio e Daniele Carvalho Abrantes foram bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de são Paulo (Fapesp).
“Nossa participação no prêmio possibilitou também exercitar em equipe a capacidade de comunicação com segmentos fora do meio acadêmico”, salientou a equipe vencedora. Nas próximas etapas de desenvolvimento do projeto, que ainda está em andamento, estão previstos estudos mais detalhados de toxicidade das formulações e avaliação da atividade biológica em diferentes condições.