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segunda-feira, 12/12/2005
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Rock e comédia sobre gravidez rendem prêmios a adolescentes

Um grupo de jovens entre 15 e 16 anos, do Vale do Ribeira, madrugou. Alguns nem chegaram a dormir. Depois de percorrer mais de 200 quilômetros chegaram à capital, que […]

Um grupo de jovens entre 15 e 16 anos, do Vale do Ribeira, madrugou. Alguns nem chegaram a dormir. Depois de percorrer mais de 200 quilômetros chegaram à capital, que muitos não conheciam. Não vieram a passeio. Logo, estariam em cena. E tinham que brilhar por uma causa justa: prevenir a gravidez na adolescência.

Eles ainda são alunos do Ensino Médio, mas já são compositores, autores teatrais, músicos e atores. Depois de apresentar suas músicas e peças sobre educação sexual em suas escolas e nas vizinhanças, foram selecionados para receber um prêmio e convidados a se apresentar no Palácio dos Bandeirantes. Todos ficaram impressionados com a coleção de arte barroca e a arquitetura do palácio.

Os índices de gravidez na adolescência das cidades do Vale do Ribeira são os maiores do Estado, mas sofreram uma queda de 80% no último ano. Na visão de educadores, graças a iniciativas como o rock “Pensando bem”, de Aloísio do Ó e Souza, (3º colocado).

“Vidas diferentes, realidades iguais”. Parece drama, mas é comédia. Para tratar de um tema sério e delicado entre os adolescentes, o tom escolhido, na peça escrita a oito mãos, foi de escracho. Para os alunos-atores e autores de Ilha Comprida, João Augusto Chelles Martins, Iara Alves, Melina de Souza e Bruna Gomes, o riso, por definição, é a linguagem dos jovens. Eles acertaram na dose e ficaram em primeiro lugar.

Para a apresentação no Palácio, o texto teatral, de 30 minutos, foi reduzido para apenas sete. Um dos pontos altos do bom humor é a paródia musical dançante “Qui quocê foi fazer no mato sem camisinha?”

O roqueiro Aloísio, 16, já premiado em concurso de guitarristas de Pariqüera-Açu, parecia tranqüilo – e contou um segredo: adora a pressão. Só quando outros alunos-artistas de sua escola, a EE Manoel Camilo Jr, desistiram é que ele foi convocado para fazer uma música. Em dois dias, imaginando um pai adolescente, criou os versos “aconteceu comigo/podia acontecer com você”, que emocionaram.

Também receberam o Prêmio Pfizer de Educação Sexual (além da menção honrosa, uma tevê, um aparelho de DVD e um discman para os três primeiros colocados, respectivamente) a estudante Maíssa Pauline, pela peça “Ilusões e Desilusões” (segunda colocada na categoria)

Outros premiados: escolas Antônio Duarte Castro, de Jacupiranga (1ª colocada), Clodonil Cardoso, de Iguape (2ª) e Profª. Judith Santana Diegues, de Ilha Comprida (3ª).

Entre as entidades, foram premiadas: Associação Civil Gaudium et Spes (1ª), pelo projeto Prevenir; São Paulo Woman’s Club, pelo projeto Sexo sem vergonha (2ª) e Associação dos Moradores do Jardim Santa Cecília, pelo projeto Conhecendo-se melhor (3ª).

Os parceiros nesse projeto de prevenção contra a gravidez na adolescência são o Instituto Kaplan, a Pfizer, o Fundo Social de Solidariedade, Secretaria de Educação do Estado e o Programa Escola da Família.