A globalização aponta para a valorização da 5ª língua mais falada do mundo – cerca de 200 milhões de pessoas – e São Paulo foi escolhida para servir de sede da instalação do projeto Estação da Luz da Nossa Língua. A proposta é ousada: aproveitar o espaço arquitetônico da historica central ferroviária como polo de divulgação das diversidades da Língua Portuguesa. E os instrumentos dessa aprendizagem serão os professores da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo.
Antecipando o processo de inauguração do projeto, a Secretaria de Estado da Educação promoveu nesta terça-feira, 17 de maio, o seminário de capacitação para formação de educadores, em parceria com a Secretaria da Cultura e a Fundação Roberto Marinho.
“O Estação da Luz da Nossa Língua é um marco referencial. Mais do que um projeto arquitetônico, será um espaço da defesa do nosso maior patrimônio: a língua. Foi por isso que construímos o programa de capacitação”, destacou Sônia Silva, coordenadora da CENP (Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas) que será a responsável pela formação dos professores que trabalharão no projeto.
O seminário, que vai até esta quarta, 18 de maio, marca o início do programa que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento profissional dos educadores e propor uma ação pedagógica integrada e interdisciplinar.
Expor a língua portuguesa, as 181 línguas indígenas brasileiras e tantas outras oriundas das imigrações, será o maior desafio. “Estamos centrados na língua, mas tratando da brasilidade que se faz com a língua, com outros saberes e elementos que compõem a nossa brasilidade”. A frase de Silvia Fingueirut, gerente de Patrimônio e Meio Ambiente da Fundação Roberto Marinho, reflete uma parte do que se pretende atingir com os educadores.
O projeto deverá capacitar 300 grupos de trabalhos, 4.800 professores, de maio a novembro deste ano, com seminários, videoconferências, roteiros, com apoio permanente da equipe de lingüistas composta por profissionais das universidades públicas do Estado. Na abertura do seminário foi exibido um vídeo sobre as variações da língua. Expressões como “cheio de nove horas”, “baculejo” e “caritó”, foram expostas de forma divertida para demonstrar a nossa brasilidade.
Jarbas Montovanini, gerente de projetos da Fundação Roberto Marinho, exibiu a grandiosidade do projeto que envolve uma verdadeira jornada pelos ambientes da língua. Vídeos explicativos, uma Praça para traçar o panorama da língua, projeção de palavras entre as vigas da Estação, tela com exibição de temas, mapa genealógico das línguas desde o latim até os dias de hoje, uma sala de etimologia com a projeção de cascata de sufixos, prefixos, radicais, em que o visitante monta as palavras no ar, são alguns dos aspectos do espaço que deverá ficar pronto até o final desse ano e poderá ser explorado pelos professores e alunos da rede pública estadual.
Nelson Santonieri, gerente geral de Teleducação da Fundação Roberto Marinho, enfatizou que os educadores terão apoio contínuo de especialistas com o uso do virtual, em que cada um dos 300 grupos terá um código específico para ser melhor atendido, além de cinco roteiros pedagógicos para o ano e encontros presenciais mensais.
Luciane Salles